Indefinição eleitoral histórica na Grã-Bretanha
Às vésperas das legislativas, as pesquisas de intenção de voto apontam um cenário que pode mudar a qualquer momento. Who’s next ? Quem é o próximo ? Esta é a pergunta que fazem todos os ingleses diante da indefinição dos possíveis resultados da votação de 6 de maio.
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Nas ruas, nos pubs, nos metrôs, nas lojas, só se fala nisso. Será que vai dar David Cameron, dos Tories, os Conservadores ? Ou o azarão Nick Clegg, dos Lib’Dems, os Liberais Democratas ? E ainda tem quem acredite que o premiê trabalhista, Gordon Brown, não vai precisar mudar de casa, apesar de ter despencado nas pesquisas de opinião de voto.
O professor Ben Murtagh, da Universidade de Londres, concorda que o país está vivendo um momento histórico: « Eu não lembro de uma eleição assim. Normalmente, você sabe mais ou menos quem vai ganhar mas, desta vez, ninguém sabe, e na Inglaterra isso é muito incomum. Sempre tivemos dois partidos fortes e, agora, temos três, então, tudo é muito instável », diz o professor.
Caracterizada pelo bipartidarismo (Partido Conservador e Partido Trabalhista) e depois de treze anos de Labour, a cena política britânica viu emergir uma terceira força, o Partido dos Liberais Democratas, que explodiu em popularidade desde o primeiro debate televisivo entre os três candidatos.
O desconhecido Nick Clegg cativou imediatamente o eleitorado e hoje é o coringa para uma coligação no fim da linha. Mesmo assim, o professor Murtagh é prudente e acha que nem Cameron, nem Clegg são melhores do que Brown. « Não confio em Cameron e há dois meses atrás ninguém sabia quem era Nick Clegg. Até o dia da votação, muita coisa ainda pode acontecer », prevê o analista.
Os candidatos as eleições do Reino Unido
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