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Política

Crise econômica marca os protestos de 1° de Maio

O Primeiro de Maio foi marcado pelas críticas ao Fundo Monetário Internacional na Grécia. Cerca de 20 mil pessoas protestaram em Atenas contra o pacote de medidas de austeridade do governo. Em Paris, a crise também deu o tom das manifestações.  

Confronto entre policiais e manifestantes em Atenas.
Confronto entre policiais e manifestantes em Atenas. Panagiotis Tzamaros/Icon/Reuters
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"Não às reduções salariais ! Não aos cortes do 13° e do 14° salário! », diziam os cartazes dos milhares de gregos que tomaram as ruas de Atenas. Na capital grega, alguns manifestantes mais exaltados atearam fogo em lixeiras e em carros e a polícia chegou a usar gás lacrimogêneo.

Neste sábado, as ruas francesas também foram ocupadas. 280 manifestações de Primeiro de Maio foram registradas. Segundo os organizadores, 45 mil pessoas estiveram presentes no protesto em Paris, mas, segundo a polícia, os participantes não passavam de 21 mil. Críticas ao desemprego e à reforma da aposentadoria, que pode levar ao aumento do tempo de contribuição, foram algumas das palavras de ordem dos manifestantes.

O número de pessoas, porém, foi menor neste ano. Em 2009, a manifestação reuniu 160 mil pessoas nas ruas de Paris. Nesse ano, apenas 45 mil manifestantes estavam presentes. Para a secretária-geral do partido comunista francês, Marie-George Buffet, a queda de público não vai diminuir a força dos sindicatos na hora de negociar com o governo. "Hoje, conseguimos reunir diversos setores, pessoas de idades diferentes, de opiniões diferentes. Isso já nos torna capazes de lutar contra o governo e sua reforma da aposentadoria", disse à RFI durante a manfestação que partiu da Place de la République na capital francesa.

Além da aposentadoria, os manifestantes pediram medidas para a melhoria na situação de trabalho. O movimento de imigrantes ilegais, os chamados « sans papier » foram também às ruas protestar contra a política de imigração na França.

Manifestantes de extrema direita carregam faixa com dizeres: França, ame-a ou deixe-a .
Manifestantes de extrema direita carregam faixa com dizeres: França, ame-a ou deixe-a . REUTERS/Thomas Samson

Mais cedo no sábado, ocorreu ainda o tradicional desfile do Front Nacional, partido de extrema direita. O evento foi a despedida de Jean Marie Le Pen da presidência do partido, cargo que o ocupou desde a criação da organização. O discurso de Le Pen foi marcado pelas críticas à política econômica de Sarkozy e à União Europeia.

No resto da França, o dia também foi de mobilização. Ao todo, 350 mil pessoas, segundo a central sindical CGT, participaram de protestos organizados nas principais cidades francesas. Mas, segundo os cálculos da polícia, esses números foram mais modestos e ficaram em 195 mil. Apesar das diferenças numéricas, as duas estimativas apontam para a mesma conclusão. A mobilização nas ruas nesse ano foi menos expressiva. No ano passado, pelo menos 500 mil pessoas protestaram no Primeiro de Maio.

 

Ana Rita da Cunha, Colaboração para a RFI

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