Copa do Mundo de Futebol Feminino começa com minuto de silêncio após tiroteio na Nova Zelândia
Nova Zelândia e Noruega deram início à Copa do Mundo feminina em Auckland nesta quinta-feira (20), poucas horas após o "choque" causado por um tiroteio fatal na cidade neozelandesa, que deixou três pessoas mortas, incluindo o suposto atirador, e seis feridos. O incidente, que a Fifa disse não ter nada a ver com o torneio, interrompeu os preparativos de várias equipes nas proximidades, incluindo os EUA, bicampeões mundiais. A Nova Zelândia venceu a Noruega por 1 a 0 no jogo de abertura.
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A equipe da Noruega foi acordada por um helicóptero e "um grande número de veículos de emergência", disse a capitã Maren Mjelde, citada em um comunicado. As jogadoras norueguesas saíram ilesas, anunciou a Associação de Futebol da Nova Zelândia, que ficou "chocada" com o tiroteio, uma ocorrência rara no arquipélago que levanta questões sobre a segurança do evento.
Um minuto de silêncio foi observado logo antes do início da partida. Os organizadores esperam bater um recorde de público local no lendário Eden Park, o templo do rúgbi e dos All Blacks (43.000 lugares), a mais recente conquista de uma competição em plena expansão.
Icônica: a primeira Copa do Mundo com 32 equipes
A primeira Copa do Mundo com 32 equipes, a primeira Copa do Mundo no hemisfério sul, a primeira Copa do Mundo co-organizada por dois países: as 736 jogadoras convocadas para esta Copa do Mundo esperam levar seu esporte a um novo patamar, quatro anos após a bem-sucedida edição na França.
"Este troféu se tornará um ícone e veremos partidas excepcionais aqui. O mundo estará assistindo", disse entusiasmado o presidente da Fifa, Gianni Infantino, que espera "uma celebração" do futebol feminino, oito meses depois de uma Copa do Mundo masculina muito criticada no Catar.
O evento acompanha o desenvolvimento histórico do futebol feminino em todo o mundo, com o esporte se tornando cada vez mais profissional, os recordes de público caindo um após o outro e as jogadoras se tornando cada vez mais comprometidas com a igualdade.
"Sinto que há uma oportunidade real em termos do impacto da mídia e do marketing na economia global em torno desse esporte", prevê a norte-americana Megan Rapinoe, um símbolo global do futebol feminino comprometido e militante. Ela participa de sua quarta e última Copa do Mundo aos 38 anos de idade e busca um recorde de terceiro título consecutivo com os EUA.
Enquanto o futebol masculino está alarmado com a explosão do número de jogos e competições, o futebol feminino está se recuperando rapidamente: de 16 equipes em 2011, subiu para 24 em 2015 e 32 este ano. Oito nações participarão de suas primeiras finais, incluindo o Haiti e o Marrocos, o único país árabe a se classificar.
Esse contexto é acompanhado por um prêmio em dinheiro da Fifa historicamente alto: US$ 152 milhões prometidos às equipes, três vezes mais do que em 2019 e dez vezes mais do que em 2015; e um mínimo de US$ 30.000 garantidos a cada jogadora individual, o que é inédito.
No coração do inverno australiano, as belas promessas foram interrompidas por algumas dúvidas sobre se os estádios da Nova Zelândia estarão cheios durante o torneio. Na quarta-feira, a Fifa até lançou uma campanha de sedução voltada para os habitantes do arquipélago.
Estrelas
"Não é tarde demais, precisamos de vocês, venham e assistam aos jogos", disse o presidente da Fifa, Infantino, aos jornalistas neozelandeses em Auckland. Apenas 320.000 ingressos foram vendidos no país, dos 1,375 milhão vendidos no total, ou seja, menos de um quarto.
"Esta é uma oportunidade para este país não apenas ser uma nação de rúgbi, mas despertar seu amor pelo futebol", disse a treinadora neozelandesa Jitka Klimkova na quarta-feira. Seus Football Ferns nunca venceram uma partida em uma final de Copa do Mundo.
O torneio no hemisfério sul, entre julho e agosto, também levanta a questão das audiências de televisão nos principais países do futebol, que às vezes terão de acordar cedo para assistir aos jogos por causa do fuso horário. A Fifa evitou por pouco um fiasco audiovisual ao assinar acordos de transmissão na Europa e no Japão no último minuto.
Embora várias estrelas estejam ausentes devido a lesões - a maioria delas no joelho - várias equipes parecem ter chances de ganhar o título: os Estados Unidos, é claro, mas também Alemanha, França, Espanha, Inglaterra, Suécia e Canadá.
Já a Austrália e sua estrela altamente ambiciosa, Sam Kerr, líder das australianas, podem provar a partir de quinta-feira que serão uma força a ser considerada para a conquista do troféu.
(Com AFP)
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