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Caso Vini Jr.: jogador francês do Valência critica inércia de dirigentes no combate ao racismo

Depois de ter seu cartão vermelho anulado, Vinicius Jr. poderá jogar nesta quarta-feira (24) pelo Real Madrid contra o Rayo Vallecano, em duelo da 36ª rodada do campeonato espanhol. A repercussão do ataque racista sofrido pelo brasileiro no estádio do Valência continua tendo amplo destaque na imprensa francesa.

Manifestação em São Paulo diante do Consulado da Espanha protestou contra os insultos racistas a Vini Jr. 23 de maio de 2023
Manifestação em São Paulo diante do Consulado da Espanha protestou contra os insultos racistas a Vini Jr. 23 de maio de 2023 © Tuane Fernandes / AP
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Em entrevista ao jornal Le Parisien, o zagueiro francês Dimitri Foulquier, que joga no Valência e estava em campo quando Vini Jr. foi chamado de "macaco" no domingo, critica a inércia das autoridades contra o racismo no futebol. Também negro, o francês, nascido na ilha de Guadalupe, diz que infelizmente se faz muito pouco para acabar com esses insultos, que ele considera inadmissíveis.

O zagueiro constata que os dirigentes de clubes e das principais instâncias do futebol não se reúnem para estabelecer medidas conjuntas destinadas a dar um fim a esses episódios frequentes. Muito pelo contrário: a cada novo caso, "muita gente reage dizendo que são iniciativas isoladas e minoritárias", nota o jogador francês. O maior erro, segundo Foulquier, é negar as evidências. "Se as pessoas negam a realidade do racismo, fica difícil encontrar uma solução", insiste o zagueiro. 

O jornal Libération também dedica uma página de sua edição impressa ao caso de Vini Jr.. O jornal inicia a reportagem recordando a tatuagem antirracista que o brasileiro tem na perna, com a frase "Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra", dita pelo ex-imperador da Etiópia Haile Selassie, em 1963, retomada depois em uma canção de Bob Marley.

O diário progressista ouviu a opinião do colunista Antonio Camacho, do diário espanhol conservador ABC, sobre a controvérsia a respeito de provocações de Vini Jr. contra adversários. Na entrevista, o jornalista espanhol diz que "nenhuma atitude provocativa de Vini Jr. justifica um ataque racista, nem mesmo quando ele exagera". 

O canal de TV Eurosport informa que a CBF está trabalhando com a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) para que o amistoso do Brasil contra a seleção da Guiné, programado para 17 de junho em Barcelona, seja utilizado no combate ao racismo na Espanha. O canal francês acrescenta que, de acordo com a TV Globo, os presidentes da Fifa e da Uefa, Gianni Infantino e Aleksander Čeferin, foram convidados, e Vinicius Jr. já teria aceitado participar da partida.

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