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Morre Just Fontaine, maior artilheiro da Copa do Mundo, que esperou mais de 50 anos pela Chuteira de Ouro

O francês Just Fontaine, recordista de gols em apenas uma edição de Copa do Mundo, morreu aos 89 anos em Toulouse, no sudoeste da França. Ele ficou conhecido por ter marcado 13 gols no Mundial da Suécia em 1958. Mas só recebeu a Chuteira de Ouro pelo seu feito em 2014, no Brasil.

Just Fontaine, carregado pelos colegas, após ter marcado quatro gols contra a Alemanha na Copa de 1958, mundial no qual somou 13 gols, batendo um recorde mantido até sua morte.
Just Fontaine, carregado pelos colegas, após ter marcado quatro gols contra a Alemanha na Copa de 1958, mundial no qual somou 13 gols, batendo um recorde mantido até sua morte. AFP - STAFF
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Considerado uma lenda do futebol francês, Fontaine não estava cotado para disputar a Copa do Mundo que o consagrou, na Suécia. Ele só foi escalado porque um dos titulares, Thadée Cisowski, sofreu uma lesão no último momento.

Graça à sua participação inesperada, a França chegou às semifinais pela primeira vez em sua história, antes de ser derrotada pelo Brasil, liderado por Pelé, por 5-2. Na decisão do título, a seleção brasileira goleou a Suécia por 5-2 e conquistou seu primeiro mundial. Já na disputa do terceiro lugar, os franceses derrotaram a Alemanha por 6-3.

Além do famoso mundial dos 13 gols, o francês passou com destaque por vários clubes. Ele conquistou quatro títulos de campeão da França (um com o Nice, três com o Reims), duas Copas da França (Nice em 1954 e Reims em 1958) e uma final da Copa da Europa (a atual Liga dos Campeões) em 1959, na qual o Reims foi derrotado por 2-0 pelo Real Madrid.

Mas sua carreira como jogador foi brutalmente interrompida no fim de 1962, com apenas 28 anos, após duas fraturas em uma perna. Aposentado dos gramados, Just Fontaine começou a atuar como técnico, mas com resultados discretos.

A experiência como técnico do Paris Saint-Germain (1973-1976) foi a melhor à frente de um time, levando a equipe da capital francesa à primeira divisão em 1974. Ele encerrou a carreira como treinador em sua terra natal, o Marrocos, ao comandar a seleção do país na conquista do terceiro lugar na Copa da África de 1980.

O que marcou a carreira de Fontaine foi sua proeza no Mundial de 1958, no entanto, nenhum prêmio especial foi dado ao jogador pelo seu feito durante décadas.

Apenas em 2014 ele foi homenageado pela Fifa, pouco antes da Copa do Mundo no Brasil, quando finalmente recebeu a Chuteira de Ouro. “Há 56 anos espero por esse momento", confessou o ex-jogador em entrevista à RFI na época. "Estou orgulhoso de vir ao Brasil", completou o craque.

Ao anúncio de sua morte, o presidente Fifa, Gianni Infantino, declarou que o francês “deixou uma marca no futebol mundial que ficará gravada para sempre e que seu recorde [de gols] certamente não será batido nunca”.

O próprio Fontaine fazia piada com a longevidade desse recorde, contando sempre uma fábula quando era questionado sobre o assunto.

"Mil anos se passaram e os egiptólogos ainda procuravam uma múmia, para encontrar um cadáver e conservá-lo como se fosse de um rei ou imperador do Egito", dizia. "Certo dia, encontraram uma múmia impecável e perceberam que os pés se moviam. ‘Ela ainda está viva!’, disseram, antes de retirarem rapidamente as faixas que a cobriam para que ela pudesse respirar. Quando eles terminaram, a múmia, com a boca descoberta, perguntou: Desculpe senhor, o Just Fontaine ainda é o maior artilheiro da Copa do Mundo?", brincou.

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