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“Vir para Arábia Saudita não é o fim da minha carreira", diz Cristiano Ronaldo ao iniciar contrato de € 200 milhões

Cristiano Ronaldo, que se autodenomina um "jogador único", declarou nesta terça-feira (3) que seu trabalho na Europa "está feito" e que sua transferência para o clube saudita Al-Nassr, de Riad, não significa o fim de sua carreira.

O jogador de futebol português Cristiano Ronaldo, juntamente com Musalli Al-Muammar, presidente do clube saudita Al-Nassr, segura uma camisa do clube após assinar o contrato que vai até 2025.
O jogador de futebol português Cristiano Ronaldo, juntamente com Musalli Al-Muammar, presidente do clube saudita Al-Nassr, segura uma camisa do clube após assinar o contrato que vai até 2025. via REUTERS - AL-NASSR FC
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"Na Europa, meu trabalho está feito, ganhei tudo, joguei nos clubes mais importantes", disse a superestrela portuguesa, de 37 anos, em entrevista coletiva no estádio Mrsool Park, em Riad.

O cinco vezes Bola de Ouro, que rompeu com o Manchester United no início do Mundial, assinou contrato até junho de 2025 por um valor total estimado em € 200 milhões. "Muitos clubes da Europa, mas também do Brasil, Austrália, Estados Unidos e até Portugal tentaram se contratar, mas eu tinha dado minha palavra a este clube", assegurou o atacante que chegou na noite anterior a Riad.

Ronaldo, recordista de gols marcados tanto pela seleção quanto na Liga dos Campeões, sublinhou que o futebol mudou "nos últimos dez a 20 anos", citando a vitória da seleção da Arábia Saudita frente à Argentina na primeira fase da Copa do Mundo no Catar. "Então, para mim, vir para a Arábia Saudita não é o fim da minha carreira", continuou ele. "E, para ser honesto, não me importo nem um pouco com o que as pessoas dizem."

"Sou um jogador único. É bom vir para cá, bati todos os recordes lá [na Europa] e quero bater mais alguns aqui", acrescentou ele, afastando qualquer noção de exílio ou pré-aposentadoria dourada.

Sonho galáctico

CR7, considerado um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, foi apresentado aos torcedores do clube saudita cujos ricos e ambiciosos donos veem na sua assinatura um primeiro marco destinado a iniciar um "sonho galáctico".

A Arábia Saudita, um país desértico de 35 milhões de habitantes, foi abalada pela "Ronaldomania" desde o anúncio de sua contratação. Se Ronaldo não é a primeira estrela um pouco envelhecida do futebol a ingressar em um clube do Golfo, nunca antes um jogador de sua importância foi contratado na região.

"A Ásia nunca viu nada parecido", relata o Gulf News, jornal de língua inglesa, com sede em Dubai. "Onde quer que ele vá, ele vai chamar a atenção. E se apenas 10% de seus seguidores estiverem interessados ​​em seu novo clube, a Liga Saudita se tornará uma das mais assistidas do mundo."

Com esta grande jogada, o Al-Nassr, cuja conta no Instagram ganhou milhões de seguidores em poucas horas, pretende dar um forte impulso a um time fundado em 1955, distante do título nacional desde 2019 e ansioso para fazer um bom show na Liga dos Campeões da Ásia, em que seu rival saudita Al-Hilal é o detentor do título e o clube mais sagrado.

Início de um projeto maior

CR7, com sua trajetória extraordinária, funciona como ponta de lança para um projeto que quer ser maior. Seu ex-companheiro do Real Madrid, o meio-campista croata Luka Modric, também está na mira do clube amarelo e azul, assim como o francês do Chelsea, N'Golo Kanté, de acordo com um dirigente do clube que prefere se manter anônimo.

O Al-Nassr, acrescenta esta fonte, quer constituir os "novos Galácticos", uma referência ao Real Madrid dos anos 2000 e o seu leque de estrelas, do português Luis Figo ao inglês David Beckham, passando pelo brasileiro Ronaldo e pelo francês Zinédine Zidane.

Cristiano Ronaldo chega a Riad poucas semanas após a eliminação de Portugal nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, o primeiro país do Golfo a sediar a competição maior. A Arábia Saudita sonha em imitar o vizinho rico, com possível candidatura à edição de 2030 com o Egito e a Grécia.

De qualquer forma, sua chegada contundente já atraiu a atenção da petromonarquia saudita, presente no esporte de alto nível pela Fórmula 1, boxe e golfe, e que recentemente tomou posse do clube inglês Newcastle.

"Sportwashing"

Alguns denunciam uma estratégia de "sportwashing" (lavagem esportiva), uma tentativa do regime conservador liderado pelo príncipe Mohammed bin Salman de limpar sua imagem e deixar de lado as críticas ao seu histórico sobre direitos humanos.

No clube amarelo e azul, Ronaldo será comandado pelo francês Rudi Garcia e estará lado a lado com antigos jogadores da Ligue 1, como o goleiro colombiano David Ospina, o meio-campista brasileiro Luiz Gustavo e o atacante camaronês Vincent Aboubakar.

(Com informações da AFP)

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