Suíços e brasileiros assistiram jogo em clima de amizade em bar de Lausanne
No Brasil como na Suíça, essa segunda-feira (28) foi dia de futebol, com as seleções dos dois países se enfrentando pela Copa do Mundo em Doha. Nossa reportagem acompanhou a partida em um bar na cidade suíça de Lausanne, onde torcedores de ambos os times assistiram ao jogo juntos.
Publicado em: Modificado em:
Ouvir - 02:11
Valéria Maniero, correspondente da RFI em Lausanne
Do lado de fora, 8 graus, chuva fina e tempo nublado, já parecendo mais noite do que dia, mesmo às 17h. Mas dentro de um bar lotado de Lausanne, o clima estava quente.
Durante os dois tempos da partida, brasileiros fizeram barulho na “casa” do adversário, cantando “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”, tocando tamborim, gritando o nome do país e até palavrões. Mas nada de briga ou confronto.
À RFI, três suíços que assistiram ao jogo com a camisa vermelha do país, atentos a cada lance, até aplaudiram quando a partida acabou, apesar da vitória brasileira.
O suíço Nicolas Dolay, 26 anos, disse ter ficado contente com o desempenho de sua equipe, enquanto o amigo Esteban Fievez, 21, comentou que, no primeiro tempo, a Suíça estava respondendo às ofensivas do Brasil, num jogo equilibrado, mas depois os compatriotas se cansaram. Para ele, o gol brasileiro era impossível de evitar, mas disse estar orgulhoso pela Suíça nesse jogo contra “uma grande equipe como o Brasil”. O companheiro de torcida Addie Eshel, 23, também saudou seu time, uma equipe “muito sólida e de primeiro nível”.
Para a brasileira Lara Santi, que trabalha com esportes em Lausanne, na área de antidoping, o Brasil perdeu muitas chances de gol, mas fez uma boa partida. Ela e o marido Guilherme Gigliotti, que são de São Paulo e moram há três anos em Lausanne, eram alguns dos torcedores que não tiravam os olhos dos telões.
“Como torcedora, eu esperava mais gols do Brasil, mas levando em conta a falta do Danilo e do Neymar, acho que a seleção fez um trabalho excelente. Agora, é esperar a partida contra Camarões, que eu também não acho que vai ser fácil, mas acredito que vai ganhar e passar invicto para a próxima fase”, afirmou a brasileira.
Sobre ter assistido a um jogo do Brasil contra a Suíça no país do adversário, num bar lotado de torcedores dos dois times, ela disse ter sido um privilégio. “É legal estar reunida com outros brasileiros num país em que o Brasil está jogando contra. Foi uma experiência muito legal de ser vivida”, contou a biomédica.
“Suíços misturados com brasileiros. Um pouco de tensão, mas amigável. Nenhum ponto de disputa. Tem brasileiro com camisa do Brasil e suíço com camisa da Suíça”, contou a paulista.
"Se um dos dois perder, não vai ter briga em casa"
Casados há 15 anos, o suíço Alexandre Joss e a brasileira Tábata Larissa Vasconcelos Joss, viram o primeiro jogo do Brasil (contra a Sérvia) juntos, na casa deles em Genebra, ao lado da filha Marie, de 6 anos. Os três usavam camisas com as cores do Brasil e comemoraram a vitória da seleção, que ganhou por 2 a 0.
Já quando a Suíça enfrentou Camarões, não foi bem assim: nenhum deles estava vestido de vermelho e branco, as cores da bandeira suíça. Hoje, a história foi diferente, pois cada um torceu para um time: Tábata para o Brasil; Alexandre para a Suíça.
“O Brasil é uma equipe forte, com excelentes jogadores com talento nato, podendo formar até três times de tão bons que eles são”, comenta o marido de Tábata. “Acho que não vai ser um jogo fácil, porque a defesa da Suíça é dura. Mas, se um dos dois perder, não vai ter briga em casa, não”, disse a brasileira antes do início da partida.
Suíço vê jogo com as duas bandeiras
No primeiro jogo do Brasil, a família Stadelmann assistiu à partida juntos – a mãe, a carioca Lucineide; o pai, o suíço Karim; e as filhas Valentina, Victoria e Isabela. E até a cachorrinha deles, a Emy, estava com uma roupinha do Brasil. Agora, no segundo jogo da seleção brasileira contra a Suíça, o marido e o sogro da brasileira foram para o Catar para assistirem ao jogo in loco. E de lá, não pararam de mandar fotos segurando as duas bandeiras: a do Brasil e a da Suíça.
“Ele já mandou umas 60 fotos de lá. Meu sogro, que é suíço, foi ver o jogo com a camisa amarela do Brasil que comprou em 2016, quando teve a Copa do Mundo no Brasil. Eles levaram as duas bandeiras para o estádio”, contou Lucineide, que mora há 22 anos na Suíça.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro