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Quando futebol também é política: iranianos se recusam a cantar hino e ingleses se ajoelham contra sanções da Fifa

A equipe de futebol iraniana se absteve de cantar o hino nacional de seu país antes do pontapé inicial de sua primeira participação na Copa do Mundo contra a Inglaterra em Doha, no Catar, em uma aparente manifestação de apoio aos protestos contra a repressão das autoridades iranianas que abalam o país desde setembro. Por seu lado, os ingleses, seus adversários, se ajoelharam no gramado em protesto contra as recentes sanções da Fifa contra o uso de braçadeiras em prol da comunidade LGBTQIA+. 

Jogadores iranianos se recusam a cantar o hino nacional antes do jogo de futebol do Grupo B da Copa do Mundo do Catar 2022 entre Inglaterra e Irã no Estádio Internacional Khalifa, em Doha, em 21 de novembro de 2022.
Jogadores iranianos se recusam a cantar o hino nacional antes do jogo de futebol do Grupo B da Copa do Mundo do Catar 2022 entre Inglaterra e Irã no Estádio Internacional Khalifa, em Doha, em 21 de novembro de 2022. AFP - FADEL SENNA
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O Irã vem sendo tomado por um amplo movimento de protesto desde a morte em 16 de setembro da jovem curda Mahsa Amini, que foi presa em Teerã pela polícia de moralidade por violar o código de vestimenta ao usar o véu de maneira "incorreta" em público. O movimento é visto como um dos mais significativos desafios ao regime teocrático de Teerã desde a Revolução Islâmica de 1979.

A televisão estatal censurou as filmagens dos jogadores alinhados antes da partida, enquanto o hino era tocado durante sua transmissão ao vivo.

Entretanto, a equipe nacional perdeu apoiadores em casa, com muitos iranianos acusando-a de estar do lado da repressão do Estado contra os manifestantes, incluindo mulheres e crianças.

A equipe de futebol, historicamente uma grande fonte de orgulho nacional, atraiu a atenção no Irã na preparação para a Copa do Mundo, na esperança de que os jogadores pudessem usar o evento como uma plataforma para mostrar solidariedade com os manifestantes.

O capitão Ehsan Hajsafi, que joga na Grécia, é o primeiro membro da equipe iraniana a se manifestar desde o início da Copa do Mundo sobre a questão do povo iraniano. "Nós estamos com eles [o povo iraniano]. E nós os apoiamos. E nós temos simpatia por eles", disse, na véspera da primeira partida do Irã no torneio.

Discriminação

As sete equipes europeias ainda envolvidas na campanha antidiscriminação contra a comunidade LGBTQIA+ foram ameaçadas nesta segunda-feira (21) com "sanções esportivas" pela Fifa, se seus capitães usassem a braçadeira multicolorida "One Love" durante a Copa do Mundo do Catar. O acessório evoca o apoio ao amor sob todas as suas formas, manifestações, gêneros e opções sexuais.

Em protesto, os jogadores da equipe da Inglaterra, uma das seleções que havia se comprometido a usar a braçadeira, se ajoelharam no campo, reproduzindo o famoso gesto de protesto nos gramados em favor de causas em todo o mundo. A foto rapidamente viralizou nas redes sociais. 

(Com AFP)

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