Mundo esportivo isola Rússia por guerra na Ucrânia
As consequências da invasão russa na Ucrânia são pesadas para o setor esportivo russo. Depois da exclusão da Rússia dos torneios de futebol organizados pela FIFA e pela UEFA, e da recomendação do Comitê Olímpico Internacional (COI) de banir os atletas russos de todos os eventos anunciados nessa segunda-feira (28), as retaliações aumentam a cada dia.
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Nesta terça-feira (1°), a Federação Russa de Futebol perdeu seu patrocinador e o país não poderá mais organizar o Mundial de Vôlei de 2022, entre outras sanções.
A gigante do setor de roupas esportivas Adidas decidiu suspender a parceria com a Federação Russa de Futebol, devido à invasão da Ucrânia pela Rússia. Em comunicado, o porta-voz da empresa alemã explicou que a suspensão é “imediata”. Em 2020, a Adidas realizou 2,9% de seu faturamento na Rússia, na Ucrânia e em outros países do antigo bloco soviético.
A perda do patrocínio foi um golpe suplementar ao futebol profissional russo. Na segunda-feira (28), a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e a Confederação Europeia (UEFA) decidiram suspender o país de todas as competições que organizam. Com isso, a seleção russa, mas também todos os clubes do país, não poderão participar de nenhum torneio organizado pelas duas instituições “até segunda ordem”.
Concretamente, a Rússia corre o risco de não enfrentar a Polônia pelas eliminatórias europeias para a Copa de 2022 no Catar, no dia 24 de março. Os poloneses já haviam se negado a jogar contra os russos. Já a seleção feminina de futebol pode ficar de fora do Campeonato Europeu de Nações, previsto para acontecer de 6 a 31 de julho, na Inglaterra.
A UEFA também decidiu romper imediatamente seu contrato com a empresa russa Gazprom, que era um de seus principais patrocinadores desde 2012, com uma verba de € 40 milhões por ano. O clube alemão Schalke 04, também patrocinado pela Gazprom, tomou a mesma medida.
A final da Liga dos Campeões da Europa já havia sido, desde a semana passada, transferida de São Petersburgo para o Stade de France, em Saint-Denis, na periferia de Paris. O jogo acontece em maio.
Atletas banidos de eventos esportivos
A decisão da FIFA e da UEFA é também uma consequência da recomendação feita pelo COI na segunda-feira, que pediu a todas as “federações internacionais de esportes e aos organizadores de eventos esportivos para não convidar nem autorizar a participação de atletas ou dirigentes russos ou bielorrussos”.
O anúncio do COI acontece uma semana antes do início dos Jogos Paralímpicos de Pequim. O comitê justificou a medida ressaltando que vários atletas ucranianos estão impedidos de concorrer em eventos, devido ao ataque das tropas russas contra o país.
A União Internacional de Patinação seguiu a orientação e declarou, nesta terça-feira, que os patinadores russos e bielorrussos são “persona non grata” em todos os seus torneios. A Rússia é uma das líderes mundiais da patinação artística, tendo obtido nos últimos Jogos Olímpicos de Pequim, no mês passado, seis medalhas, sendo duas de ouro.
Mundial de Vôlei
A Rússia deveria sediar em agosto e setembro de 2022 o próximo Mundial de Vôlei. Mas nesta terça-feira, a Federação Internacional do esporte (FIVB) retirou de Moscou a organização do evento. França e Polônia, respectivamente campeãs olímpica e do mundo, haviam pressionado a entidade ao ameaçar boicotar o evento se ele acontecesse na Rússia. O novo país organizador do Mundial de Vôlei 2022 ainda não foi anunciado.
As equipes russas e bielorrussas também foram banidas do Mundial 2022 de Hockey na Finlândia e do World Rugby. Outros esportes em que os atletas russos foram excluídos ou que competições previstas na Rússia foram canceladas são esqui, biathlon, boxe, natação e basquete.
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