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Esporte/Doping

Patrocinadores rompem com Maria Sharapova após revelação de doping

Um dia depois da "tsarina" do tênis, Maria Sharapova, confessar o caso positivo de doping pelo uso de Meldonium, dois grandes patrocinadores romperam seus contratos e um terceiro já anunciou que não renovará seu vínculo com a atleta.

Maria Sharapova fala, durante coletiva em Los Angeles, sobre resultado positivo ao Meldonium, produto dopante.
Maria Sharapova fala, durante coletiva em Los Angeles, sobre resultado positivo ao Meldonium, produto dopante. Jayne Kamin-Oncea-USA TODAY Sports TPX IMAGES OF THE DAY
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Na segunda-feira (7), durante uma entrevista coletiva em Los Angeles, Sharapova disse ter tomado durante 10 anos um medicamento que desde o dia 1° de janeiro de 2016 é classificado como substância proibida pela Agência Mundial Antidoping (WADA).

No encontro com os jornalistas, a própria tenista informou que a Federação Internacional de Tênis (ITF) a notificou no dia 2 de março pelo controle positivo no teste efetuado no dia 26 de janeiro em Melbourne, durante o Aberto da Austrália.

"Há 10 anos, eu tomo um remédio indicado por um médico da família. Esse medicamento não figurava na lista de produtos proibidos pela Agência Mundial Antidoping, mas o regulamento mudou a partir do dia 1° de janeiro e este medicamento se tornou um produto proibido, o que eu não sabia", afirmou Sharapova. No entanto, ela assumiu sua "inteira responsabilidade" e qualificou como "grande erro".

Falta de atenção

A tenista russa explicou ter recebido um email da WADA no final de dezembro, mas não verificou se o medicamento que usava há tantos anos figurava na lista de produtos dopantes.

A ITF suspendeu provisoriamente Sharapova durante o período de investigação. Um júri independente, formado por um juiz e dois especialistas, será formado. Eles irão coletar e analisar documentos e ouvir a defesa da atleta antes de pronunciar a sentença. A tenista e a AMA poderão recorrer da decisão.

Segundo seu advogado, Sharapova poderá ser suspensa por até quatro anos, mas a punição poderá ser menor, de dois anos, ou mesmo de alguns meses, se o júri considerar que não houve má-fé por parte da atleta.

Sharapova disse ser consciente das eventuais sanções, mas garante que não pretende encerrar a carreira dessa forma e quer voltar às quadras.

Patrocinadores abandonam a atleta

A russa, de 28 anos, é a atleta que mais ganhou dinheiro em 2015, cerca de US$ 30 milhões, sendo 75% desses valores oriundos de publicidade, de acordo com a revista Forbes. A fortuna da atleta é avaliada em US$ 200 milhões.

Horas depois do anúncio do controle positivo de doping de Maria Sharapova, a marca de produtos esportivos Nike e a montadora Porsche romperam seus vínculos com a tenista. O fabricante de relógios suíço Tag Heuer anunciou que não vai renovar o contrato com a russa, que já foi número 1 mundial.

Três dos principais patrocinadores de Maria Sharapova se afastam da tenista russa. A marca de relógios Tag Heuer anunciou que não vai renovar o contrato com a jogadora.
Três dos principais patrocinadores de Maria Sharapova se afastam da tenista russa. A marca de relógios Tag Heuer anunciou que não vai renovar o contrato com a jogadora. flickr.com

Devido a uma lesão no braço, Sharapova não joga desde sua derrota nas quartas de final em Melbourne para a americana Serena Wiliams. Seu último grande título foi o de campeã de Roland Garros, em 2014.

Meldonium

Sharapova explicou o medicamento que provocou sua suspensão, o Meldonium ou Mildronato, lhe foi indicado desde 2006 para "tratar de problemas recorrentes, de déficit de magnésio, arritmia cardíaca ou de casos de diabete na sua família".

O produto, usado principalmente para prevenir infarto, é catalogado como um dos hormônios e reguladores metabólicos (grupo S4) desde 1° de janeiro.

Elaborado nos anos 70, na época da antiga União Soviética, o Meldonium, que segundo a WADA melhoraria a performance dos atletas, agita atualmente o mundo esportivo. Antes de Sharapova, vários outros atletas já foram flagrados este ano usando a substância proibida: a sueca Abeba Aregawi, campeã mundial de 2013 dos 1500 m (atletismo), a russa Ekaterina Bobrova (patinação artística), a biatleta ucraniana Olga Abramova, e o corredor da equipe russa de ciclismo, Katusha Edouard Vorganov.

 

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