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Suspenso do futebol por oito anos, Platini desiste de presidência da Fifa

Suspenso por oito anos de qualquer atividade relacionada ao futebol, o francês Michel Platini anunciou nesta quinta-feira (7) em entrevista ao jornal L'Équipe que vai retirar a candidatura à presidência da Fifa, para se dedicar 100% à sua defesa. "Não vou mais brigar pela presidência da Fifa. Retiro minha candidatura", sentenciou o ex-craque, que recorreu da suspensão diante do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

O ex-craque francês Michel Platini
O ex-craque francês Michel Platini REUTERS/Eric Gaillard/Files
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Platini justifica a retirada pelo fato de não ter mais tempo hábil para fazer campanha, mesmo se o recurso for aceito até o dia 26 de janeiro, prazo estabelecido pela Fifa para validar sua candidatura. "Não tenho mais tempo nem condições de visitar eleitores, encontrar com pessoas ou lutar com os outros" justificou. "Ao me retirar, eu faço a escolha de me dedicar à minha defesa, em relação a um caso no qual não se fala mais em corrupção, em falsificação, um caso totalmente vazio", explicou o francês, em entrevista que será publicada na sexta-feira no L'Équipe.

No dia 21 de dezembro, Platini foi punido por conta de um pagamento de 1,8 milhão de euros recebido em 2011 de Joseph Blatter (presidente demissionário da Fifa e também suspenso por oito anos da Fifa) por um suposto trabalho de consultoria encerrado em 2002. O serviço foi prestado sem qualquer contrato escrito, foi feito com base em um "acordo de cavalheiros", segundo Platini. Apesar deste tipo de apalavramento ser aceito na Suíça, a justiça interna da Fifa considerou que houve "abuso de posição e conflito de interesses".

Infantino no páreo

A eleição do sucessor de Blatter à frente da Fifa está marcada para o dia 26 de fevereiro. Com a desistência de Platini, Gianni Infantino, secretário-geral da Uefa, se torna o candidato oficial da Europa. O suíço-italiano entrou na disputa em novembro, como plano B, prometendo sair da disputa caso o francês tivesse condições de se candidatar.

Em comunicado enviado à AFP nesta quinta-feira, a Uefa disse "continuar apoiando o direito de Michel Platini a ter um processo justo e a possibilidade de limpar seu nome. O ex-braço direito de Platini terá como adversários outros quatro candidatos: o xeque do Bahrein Salman bin Ibrahim al-Khalifa, presidente da Confederação Asiática, o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, que levou Blatter ao segundo turno em maio do ano passado, o sul-africano Tokyo Sexwale, ex-companheiro de cela de Nelson Mandela, e o francês Jérôme Champagne, que já foi secretário geral da Fifa.

O secretário de Esportes da França, Thierry Braillard, lamentou a retirada de Platini. "Eu respeito a decisão dele, mas sinto amargura porque acho que teria sido um bom presidente. Espero que ele possa continuar seu trabalho na Uefa", opinou.

"Imagem manchada"

Na entrevista ao L'Équipe, Platini deu a entender que contava com o apoio de muitas federações nacionais, e teria grandes chances de vencer se tivesse condições de se candidatar. "Quando Blatter se retirou (no dia 2 de junho de 2015), eu tinha 150 apoios declarados, uma centena de cartas oficiais de federações e cerca de cinquenta promessas. Isso tudo em apenas dois dias", relatou.

"É uma questão de calendário, mas não só isso. Como posso vencer uma eleição se estou sendo impedido de fazer campanha? Hoje, preciso cuidar de todos os recursos, acompanhar os processos", reconheceu o ex-dirigente. "Depois da decisão do TAS, eu ainda teria que ter a candidatura validada pela comissão eleitoral, presidida por Dominico Scala, que alega que eu falsifiquei minhas contas. Eu não tinha muitas chances. Eu lutei como sempre lutei na vida, mas desta vez, não me deixaram a possibilidade de entrar na disputa", lamentou.

Embora Platini pretenda esgotar todos os recursos para provar sua inocência, o eterno camisa 10 dos 'Bleus' sabe que sua imagem está "manchada para sempre". "Eu levei um monte de soco na cara, me colocaram no mesmo saco que Blatter", já tinha declarado o francês em entrevista à AFP, em 22 de dezembro.

Com informações da AFP

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