Na mira da Comissão de ética da Fifa, Blatter nega possível suspensão de 90 dias
A comissão de ética da Fifa está reunida em Zurique para decidir o futuro de Joseph Blatter, presidente demissionário da Federação Internacional du Futebol, e Michel Platini, candidato a sua sucessão. O dirigente nega que será suspenso por 90 dias, como anunciou a imprensa britânica.
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Sob pressão cada vez mais intensa diante do escândalo de corrupção que abala a Fifa, o presidente da entidade vê seu destino nas mãos da Comissão de ética da federação. A entidade deve avaliar se considera o suíço culpado de "abuso de confiança" e "pagamento indevido" de 2 milhões de francos suíços (€ 1,8 milhão de euros) em 2011 a Michel Platini, presidente da Uefa e favorito à sua sucessão.
Blatter, que dirigia a Fifa desde 1998, pediu demissão em maio passado logo após ser reeleito para um quinto mandato, mas continua no cargo até a escolha do novo presidente, prevista para 26 de fevereiro. No entanto, segundo vários veículos da imprensa britânica, entre eles o canal de televisãoSky News e o jornal The Guardian, anunciaram que o suíço poderia ser suspenso por um período de 90 dias caso a comissão o julgasse culpado. A decisão afastaria o dirigente imediatamente do cargo.
Porém, os advogados do Blatter desmentiram os rumores. "Publicamos este comunicado em resposta às informações divulgadas na imprensa sobre a Comissão de ética da Fifa. O presidente Blatter não foi notificado de nenhuma ação tomada contra ele", explicaram em nota oficial conjunta o suíço Lorenz Erni e o norte-americano Richard Cullen, que defendem o presidente. Eles alegam que o suíço ainda não foi ouvido pelas instâncias disciplinares da entidade, o que impediria a tomada de qualquer decisão oficial. "Nossa expectativa é que a Comissão de ética queira ouvir o presidente e seus advogados para comprovar as evidências antes de emitir qualquer recomendação e tomar uma ação disciplinar", completou o comunicado.
Solicitados pela imprensa, os porta-vozes da Fifa, da câmara de instrução e da câmara de julgamento da Comissão de ética se recusaram a fazer qualquer comentário.
Patrocinadores pedem saída de Blatter
Em entrevista publicada nesta quarta-feira na revista alemã Bunte, Blatter confirmou que deixará o cargo apenas depois do congresso eletivo. "Eu sairei em 26 de fevereiro. Depois terá terminado. Mas não acontecerá nem um dia antes", insistiu o dirigente. “Estou convencido de que do mal aparecerá a luz e que o bem vai prevalecer", completou Blatter.
Além da acusação de pagamento indevido, a Procuradoria-Geral também suspeita que o suíço de 79 anos assinou um contrato desfavorável para a Fifa com a União Caribenha de Futebol (CFU), presidida por Jack Warner, na venda dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2010, na África do Sul, e de 2014, no Brasil.
Por conta dessas acusações, Blatter enfrenta forte pressão para deixar o cargo antes da próxima eleição, inclusive por parte dos principais patrocinadores da Fifa, que pediram sua renúncia imediata na última sexta-feira.
(Com informações da AFP)
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