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Futebol

Zico ao Le Monde: “não se pode julgar Platini antes da investigação”

O ex-jogador brasileiro Zico concedeu sua primeira entrevista como candidato à presidência da Federação Internacional de Futebol (Fifa) ao jornal Le Monde que chegou às bancas da França na tarde desta sexta-feira (2). Ele elogiou a gestão de seu principal adversário na disputa, Michel Platini, na Uefa, mas defendeu um modelo diferente do europeu para o futebol mundial.

"Fifa precisa de um choque de democracia", diz Zico.
"Fifa precisa de um choque de democracia", diz Zico. Reprodução
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Zico disse não ter ficado surpreso com a investigação do Ministério Público suíço contra o presidente da FIFA, Joseph Blatter. Sobre as denúncias de corrupção que agora surgem também sobre o francês Michel Platini, foi mais cauteloso: “Com o nome de Platini envolvido, o caso fica ainda mais sério. É preciso esperar os resultados da investigação antes de julgar”, disse Zico.

O ex-craque do Flamengo, que atualmente treina o FC Goa, da Índia, depois de ter passado por equipes do Japão, Turquia, Catar e Iraque, disse defender um modelo de administração mais democrático na principal federação de futebol do mundo. Essa sua experiência nos mais diferentes continentes, explicou Zico, lhe permitiu perceber como o caro modelo europeu não é o mais adaptado a todos os países do mundo, especialmente aos menos ricos.

Fifa menos europeia

Para concretizar essa proposta de uma Fifa menos europeia, Zico disse que seria desejável a vitória de um candidato que não tenha nenhuma ligação com a atual gestão da entidade – o que excluiria Platini, membro do comitê executivo desde 2002.

O jornalista do Le Monde Remi Dupré lembrou que um dos presidentes mais controversos da Fifa foi justamente um brasileiro, João Havelange, que esteve à frente da entidade de 1974 a 1998. Segundo Zico, “a nacionalidade do novo presidente não é o mais importante”. Ele defendeu que a Fifa minimize os efeitos da “mundialização” no futebol, que exportaria o modelo europeu para países que não teriam condições de segui-lo.

O candidato Zico também defendeu um debate prévio entre os postulantes a dirigir a entidade máxima do futebol, antes do dia 26 de outubro, data limite para a apresentação das candidaturas. Devem disputar o cargo, além de Zico e Platini, o príncipe árabe Ali Ben Al-Hussein, o presidente da federação de futebol da Libéria, Mussa Hassan Bility, e o bilionário sul-coreano Chung Mong-joon.

 

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