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França/Copa do Mundo

Com França e Argélia em campo, Paris tem telão e reforço da segurança

França e Nigéria, Alemanha e Argélia. Os dois jogos desta segunda-feira (30) nas oitavas de final da Copa mobilizam os franceses e a enorme comunidade de imigrantes e descendentes de argelinos, estimada em 1,7 milhão de pessoas, em toda a França. A prefeitura de Paris instalou um telão em frente ao Hotel de Ville (sede do executivo municipal) para os torcedores da França acompanharem o jogo no estádio Mané Garrincha. Mas o telão não transmitirá o jogo Argélia e Alemanha, no Beira-Rio, devido aos distúrbios que marcaram as vitórias da Argélia na primeira fase da Copa.

A prefeitura de Paris instalou um telão em frente à sede do executivo municipal para os torcedores da França acompanharem o jogo.
A prefeitura de Paris instalou um telão em frente à sede do executivo municipal para os torcedores da França acompanharem o jogo. paris.fr
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Cem torcedores franco-argelinos foram presos por atos de vandalismo em todo o país. Em Lyon (centro), foram registradas agressões a bombeiros e incêndios de mais de 30 carros. Houve confronto entre torcedores e policiais, que usaram bombas de gás lacrimogênio. Além de Lyon, incidentes parecidos aconteceram em Marselha, em algumas cidades do norte e na região metropolitana de Paris.

Um policial de Lyon foi suspenso, depois que um vídeo revelou, nas redes sociais, que ele agrediu um torcedor argelino gratuitamente, durante as comemorações pela vitória da Argélia sobre a Coreia do Norte, por 4 a 2, em 22 de junho.

Minoria de vândalos

De acordo com o governo, os incidentes das últimas semanas foram provocados por grupos minoritários. "Sempre há alguns vândalos, mas são minoria absoluta e serão condenados", declarou o secretário de Estado de Assuntos Europeus, o socialista Harlem Désir. "Eu gostaria que não confundíssemos estes poucos com a maioria, que é pacífica", afirmou. Ele também pediu calma aos torcedores da Argélia: "a alegria da vitória não deve estragar a festa".

No fim de semana, o primeiro-ministro Manuel Valls condenou os distúrbios, que chamou de "intoleráveis". Eles "estragam a festa", disse, sobre os torcedores responsáveis pela delinquência.

Reforço da segurança

Para evitar novos incidentes, o Ministério do Interior reforçou a segurança em Paris, Lyon e Marselha. Mais de 500 policiais e militares, além de quatro unidades móveis, foram mobilizados em Lyon. O contingente é maior do que nos jogos de alto risco do Campeonato Francês ou em eventos como o Ano Novo e o 14 de julho, quando os franceses comemoram a Queda da Bastilha.

Em Nice (sul), o prefeito Christian Estrosi (UMP, direita) proibiu o "uso ostensivo de qualquer bandeira estrangeira no centro estendido" da idade durante toda a duração da Copa do Mundo. De acordo com ele, a medida visa "manter a ordem e a tranquilidade públicas e evitar excessos".

A prefeita socialistas de Lille (norte), Martine Aubry pediu que os torcedores de França e Argélia tenham um "comportamento cidadão e esportivo para esta bela noite", em um comunicado conjunto com o cônsul do país norte-africano na cidade, Budjemaa Ruibah.

Fim da dupla nacionalidade

Aproveitando a ocasião, a líder do partido de extrema-direita, Frente Nacional, sugeriu o fim da dupla nacionalidade. Isso porque muitos franco-argelinos mantêm cidadania dos dois países, caso do próprio artilheiro da França na Copa, Karim Benzema. Na visão de Marine Le Pen, francês só pode ser francês e mais nada.

De acordo com o instituto francês de estatística Insee, o país abriga mais de 700 mil imigrantes argelinos, entre nascidos na Argélia e cidadãos do país, além de mais de um milhão de descendentes.

 

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