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Brasil/Copa

Brasil e Chile abrem as oitavas de final da Copa

"Complicado", "complexo" e "extremamente difícil" foram alguns dos adjetivos usados por treinadores e jogadores de Brasil e Chile para se referirem ao jogo de abertura das oitavas de final da Copa do Mundo neste sábado (28) no estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Apesar da ampla vantagem da seleção brasileira em confrontos em Mundiais, os chilenos nunca estiveram tão confiantes em vencer o país anfitrião da Copa para "fazer história" no futebol.

Jogadores da seleção brasileira posam para foto durante treino em Belo Horizonte.
Jogadores da seleção brasileira posam para foto durante treino em Belo Horizonte. Foto: Reuters
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O Brasil realizou seu último treino antes do confronto em Belo Horizonte à uma hora da tarde desta sexta-feira no Sesc do bairro Venda Nova porque a Fifa decidiu que o gramado do Mineirão deveria ser preservado para a partida deste sábado.

Diferentemente de treinos anteriores, Felipão liberou para imprensa apenas os quinze minutos finais, e não no início das atividades como os jornalistas estão acostumados. Uma hora já tinha passado quando as lentes dos fotógrados e cinegrafistas puderam captar o chamado "rachão", com jogadores misturados em campo. A única ausência foi a de David Luiz.

Com dores na região dorsal, o zagueiro apenas participou da primeira parte das atividades que incluiu um treino tático e cobranças de faltas, e foi poupado do exercício de dois toques com a bola. No final da tarde, assessoria de imprensa da CBF informou que exames de ressonância magnética realizados à tarde nada constataram e o zagueiro continuaria em tratamento.

O problema com David Luiz ajudou Felipão a se esquivar de um anúncio antecipado de escalação da equipe. "Não sei o time que vai jogar amanhã, sempre pode ter um probleminha. Define antes, depois tem que redefinir. Isso não é bom para o contato nosso com os jogadores", explicou o treinador na tradicional entrevista coletiva na véspera jogo.

Apesar de manter o segredo, é praticamente dada como certa a entrada de Fernandinho no lugar de Paulinho, como ficou demonstrado nos treinos realizados durante a semana na Granja Comary.

O treinador Luiz Felipe Scolario (à esq.) e o zagueiro Thiago Silva durante entrevista coletiva no Mineirão.
O treinador Luiz Felipe Scolario (à esq.) e o zagueiro Thiago Silva durante entrevista coletiva no Mineirão. Foto: Reuters

As dúvidas sobre a escalação definitiva da seleção não são apenas o único fator que gera um desconforto para o treinador. Felipão admitiu que o início das oitavas de final muda o estado de espírito de todo mundo. "É normal que a gente tenha um incômodo, uma ansiedade quando começa essa fase de mata-mata, quando não podemos perder", afirmou.

"A gente fica com um envolvimento diferente, mais assustado e mais nervoso. E não é por estar (jogando) aqui no Brasil. É porque a cada fase que passamos, ficamos mais perto da final", disse.

Vantagem em confrontos é desprezada

Na entrevista coletiva realizada no estádio Mineirão, Felipão e o capitão Thiago Silva foram lembrados de que em Copas do Mundo o retrospecto é amplamente favorável à seleção brasileira com três vitórias. Na semifinal de 62, o Brasil derrotou o país sede da Copa por 4 a 1. As duas seleções voltaram a se encontrar nas oitavas de final nos Mundiais de 98 e 2010, com mais duas vitórias do Brasil por 4 a 1, na França, e 3 a 0 na África do Sul.

Mas para o treinador, os números não servem para tranquilizar ninguém neste momento. “Para nós, esse time aí não é o que jogou em 62, 70 ou 80. É o de 2014. Portanto, é bem diferente. Os dados são para serem manuseados, mas para nós não serve para nada", disse o treinador.

Thiago Silva também minimizou a importância das estatísticas e preferiu alertar para o risco que a seleção tem em relaçãoo aos adversários das oitavas: "Os números servem para vocês (jornalistas) analisarem, dar como notícia. Os jogadores (chilenos) que chegaram ao patamar de hoje, não foram os de antigamente. Essa seleção foi apontada comouma das melhores da competição até agora'.

"Esta equipe é extremamente perigosa e habilidosa. A gente está tomando os cuidados para não sermos surpreendidos", acrescentou.

Jogadores do Chile treinaram nesta sexta-feira na Toca da Raposa, em Belo Horizonte.
Jogadores do Chile treinaram nesta sexta-feira na Toca da Raposa, em Belo Horizonte. Foto: Reuters

Durante a entrevista, o diretor de Comunicação da CBF , Rodrigo Paiva, decidiu responder a uma pergunta direcionada ao treinador e ao capitão do time sobre declarações de jogadores chilenos, entre eles o atacante Alexis Sanches, sugerindo que os árbitros e a programação estão favorecendo o país anfitrião da Copa.

"É primitivo e imaturo nos dias de hoje com o futebol que estamos vivendo esse tipo de pressão. Soa ridículo", reagi, irritado. "Não é apenas um desrespeito com a Fifa, com o árbitro da partida, com a seleção brasileira, com as pessoas que trabalham aqui de maneira séria, com os cem anos de futebol. É um desrespeito sobretudo com o povo brasileiro", disse Paiva.

Chile atrás de história

Treinando na Toca da Raposa, em Belo Horizonte, local escolhido como centro de treinamento da equipe durante a Copa, a seleção chilena também não está pronta ainda para o confronto contra o Brasil. Arturo Vidal, um dos principais jogadores da equipe e o zagueiro Gary seguem com problemas físicos e ainda são dúvidas por não estarem 100%, segundo o treinador Jorge Sampaoli.

“Mas são jogadores que têm personalidade e que nos fazem acreditar que o tempo de recuperação deles é menor do que um jogador normal. No caso de Arturo, para nós é um jogador muito importante e emblemático. Com este tipo de jogador esperamos até o úlitmo minuto para que esteja em campo", explicou o técnico durante uma entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira.

O treinador do Chile, o argentino Joge Sampaoli (à dir.) ao lado do jogador Eugenio durante coletiva em Belo Horizonte.
O treinador do Chile, o argentino Joge Sampaoli (à dir.) ao lado do jogador Eugenio durante coletiva em Belo Horizonte. Foto: Reuters

Ao lado do lateral esquerdo Eugenio Mena, que joga no Santos, o argentino Sampaoli falou que espera um jogo “complicado" e "complexo", e confirmou uma marcação especial em Neymar, quando o atacante  ele estiver com a bola. Mas ele acredita no potencial de sua equipe e que chegou a hora do Chile escrever uma página “diferente’ na história do futebol.

“Podemos fazer uma grande partida. O Chile tem crescido muito, e hoje tem uma mentalidade para jogar uma partida sem nenhum tipo de medo. Chile não vai querer segurar o resultado, e sim, buscar o resultado”, prometeu.

“Nós temos que encontrar o que o Brasil já encontrou há muito tempo. A busca do futebol chileno é encontar um lugar na história. O Brasil já tem esse lugar e só precisa mantê-lo, mas nós ainda temos que encontrar o nosso", afirmou.

Chile e Brasil se enfrentam amanhã às 13hs tarde no estádio Mineirão. O vencedor desta partida enfrentará Colômiba ou Uruguai, equipes que jogam também neste sábado às 17 hs no Maracanã.

 

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