Atlético Mineiro perde para o Raja e fica fora da final do Mundial de Clubes

O Atlético Mineiro perdeu para a Raja Casablanca na disputa pelo Mundial de Clubes nessa quarta-feira, 18 de dezembro, em Marrakech, no Marrocos. O time da casa derrotou os brasileiros por 3 a 1 e vai para a final do torneio contra o Bayern de Munique, no próximo sábado. 

Ronaldinho, no centro, comemora único gol, mas esforço não foi suficiente para bater o Raja Casablanca, que marcou três e vai para a final. REUTERS/Ahmed Jadallah

Fernando Valeika de Barros, de Marrakech, especial para a RFI

Os atleticanos vieram em peso para Marrakech. Os torcedores do Raja Casablanca também. Assim, o ambiente no Stade de Marrakech efervescente, como nunca, com os 35.219 torcedores dos dois times gritando e cantando, o tempo todo. Com um clima desses e duas equipes muito parelhas, o jogo acabou sendo decidido por um erro do juiz Carlos Velazco Carballo, da Espanha. A sete minutos do fim do jogo, ele deu um pênalti inexistente para os marroquinos e definiu o placar da partida, que acabou em 3 a 1 para os donos da casa. “Até agora estou tentando entender por que o árbitro marcou pênalti neste lance”, disse à RFI o zagueiro atleticano que estava na jogada.

Se terminou em alta voltagem, a partida começou morna, com as duas equipes se estudando – e o jogo mais concentrado na intermediária e muita marcação de lado a lado. Aos poucos, apareceram as oportunidades para marcar o gol. A primeira chance para o Galo abrir o marcador só aconteceu aos 22 minutos, quando Fernandinho puxou um contra-ataque e lançou Lucas Candido, que tocou para o meio da área. Jô pegou mal na bola e mandou por cima. Aos 30, Fernandinho recebeu cruzamento do lateral Marcos Rocha e chutou cruzado, de dentro da grande área, mas longe do gol de Askri. Aos poucos, os marroquinos foram gostando do jogo. Aos 35, o Raja criou a sua primeira oportunidade, quando Moutouhali chutou de dentro da área. Victor defendeu. Quatro minutos depois, o habilidoso camisa 5 do time marroquino avançou sozinho, pela direita: chutou, da entrada da área, cruzado, com perigo, mas para fora. “Nossa equipe desperdiçou muitas chances, e isso foi gerando mais ansiedade. Na minha opinião, nesta partida ninguém jogou bem no nosso time”, disse o técnico do Atlético Mineiro, Alexi Stival, o Cuca. “Ao mesmo tempo, o Raja jogou com muita consistência e esteve melhor, principalmente no segundo tempo”.

Segundo tempo decisivo

Em um contra-ataque rápido do Raja, aos 7 minutos do segundo tempo, Moutouhali lançou para l’Ajour , na entrada da área. O marroquino não pensou duas vezes: mandou um chute rasteiro, sem defesa para Victor. Abalado, por um triz, o Galo não tomou o segundo gol, segundos depois em uma jogada que novamente começou com Moutouhali. Ele lançou Hafdi, que chegou a mandar para as redes, mas estava impedido. Os brasileiros pareciam sem alternativas para reagir, com Ronaldinho Gaúcho e Diego Tardelli, a quem deveria caber a missão de organizar as jogadas, apagados. Só que para um craque, basta um lance para fazer história. Aos 15 minutos, o camisa 10 do Galo cobrou, com perfeição, uma falta na meia-esquerda, a 20 metros do gol do Raja Casablanca. A bola bateu na trave entrou no canto esquerdo do goleiro Askri, que nem se mexeu: 1 x 1, no placar. E o Stade de Marrakech voltou a virar um caldeirão. Até que aos 37 minutos, Réver deu um carrinho na bola, em um lance com l’Ajour. O árbitro espanhol dá pênalti, para surpresa geral. E, na cobrança, não deu para Victor fazer nenhum dos milagres da Libertadores. Moutouhali bateu do lado esquerdo, Victor para o canto oposto. O 2 a 1, fez a festa dos marroquinos. Aí o Atlético foi em peso para o ataque.

No último minuto, em um contra-ataque veloz, o costa-marfinense Mabide apareceu sozinho na cara de Victor e fez o terceiro. Os marroquinos farão festa até domingo, quando pegarão o Bayern de Munique na final. "Depois de três vitórias e uma semifinal na qual impusemos o nosso jogo contra uma grande equipe brasileira, acho que podemos sonhar em fazer um bom jogo contra o Bayern", diz o atacante do Raja, l’Ajour. Aos atleticanos restará uma noite mal dormida e a decisão do terceiro lugar, contra os chineses do Guangzhou Evergrande, no sábado, além de uma longa viagem de volta para Minas Gerais.