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França/futebol

Laurent Blanc pede desculpas e dirigente é suspenso em escândalo de racismo

As acusações de discriminação contra dirigentes do futebol francês resultaram neste sábado na suspensão do diretor técnico nacional, François Blaquart, e em um pedido de desculpas do treinador da seleção francesa de futebol, Laurent Blanc, por declarações consideradas racistas.

O treinador francês, Laurent Blanc.
O treinador francês, Laurent Blanc. Reuters
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O escândalo surgiu após revelações de um site de informação de que durante uma reunião da Federação Francesa de Futebol, os dirigentes evocaram a possibilidade de criar quotas nos clubes de formação, para, supostamente, diminuir o número e jovens de origem árabe e negra no futebol do país.

Em um comunicado comum, publicado neste sábado, a Federação Francesa de Futebol e o ministério dos Esportes anunciaram a suspensão diretor técnico de futebol, François Blaquart, até a publicação, dentro de 8 dias, das conclusões de duas investigações realizadas para esclarecer as denúncias de discriminação na direção do futebol francês.

O site de informação Mediapart publicou neste sábado um documento com um resumo das discussões de uma reunião oficial dos responsáveis pelo futebol francês em 8 de novembro de 2010, após o fiasco da seleção francesa no mundial da África do Sul.

No documento, as discussões para favorecer a entrada de jogadores mais técnicos do que atléticos, evocam características racistas. O treinador Laurent Blanc lamenta o processo de uniformidade sobre o tipo de jogadores. “ O que existe atualmente como grandes, fortes, poderosos ? Os negros... Acho que deve ser revisto, sobretudo para os garotos de 13-14 anos, 12-13 anos, ter outros critérios, adaptados à nossa própria cultura”, disse Blanc, de acordo com o documento. “ Os espanhóis me disseram: ‘Nós não temos problemas. Não temos negros (no time)”, acrescentou.

Em comunicado publicado pela Federação Francesa de Futebol, o treinador Laurent Blanc pediu desculpas pela declarações feitas. “ Que certos termos usados durante uma reunião de trabalho, sobre um assunto sensível ... possam parecer equivocado, aplicado fora de seu contexto’, eu assumo e, no meu caso, eu feri certas sensibilidades, eu me desculpo”, diz o documento divulgado neste sábado.

Mas o treinador recusa qualquer acusação de racismo ou discriminação. “ Minha única preocupação é de ter bons jogadores para formar uma boa equipe nacional, que eles sejam grandes ou pequenos, independentemente de seu local de nascimento ou origem”, disse Blanc.

Em entrevistas neste sábado, o diretor técnico do futebol francês, François Blaquart, de 56 anos, reconheceu ter lançado a idéia de quotas para os centros de formação, mas justificou que se aplicaria exclusivamente a uma categoria de jogadores com dupla nacionalidade, que, após serem formados por clubes do país, pudessem renunciar a jogar pela equipe nacional francesa e optar por uma seleção estrangeira. Durante a reunião, após o aval de Laurent Blanc, Blaquart teria dito: “podemos organizar, mas sem que seja oficializada, uma espécie de quota. Mas isso não pode ser dito”.

 

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