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Reino Unido registra maior inflação em 40 anos; custo da energia puxa o índice para cima

O índice de inflação disparou a 9% em ritmo anual em abril no Reino Unido, um recorde em 40 anos, essencialmente devido ao aumento dos preços da energia, o que amplia a crise do custo de vida para os britânicos. Com essa disparada, a libra esterlina perde valor diante do dólar no mercado internacional.

As frutas e os legumes frescos, vistos neste supermercado de Londres, em janeiro de 2022, também são impactados pela alta da inflação no Reino Unido.
As frutas e os legumes frescos, vistos neste supermercado de Londres, em janeiro de 2022, também são impactados pela alta da inflação no Reino Unido. AP - Frank Augstein
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No fim de março, a inflação nos 12 meses anteriores era de 7%, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) em seu relatório mensal. O ONS destaca que o número de abril é o mais elevado desde que existem estatísticas sobre a inflação no país, a partir de 1989. Mas de acordo com estimativas, este índice "deve ser o mais elevado (...) desde 1982".

"A inflação subiu com força em abril, impulsionada por um aumento brusco nos preços da energia elétrica e do gás, devido a uma elevação do teto definido pelo governo para as tarifas", disse Grant Fitzner, economista-chefe do ONS. "Também continuaram os aumentos acentuados em ritmo anual nos preços dos metais, nos produtos químicos e no petróleo bruto, assim como os preços mais elevados dos produtos que saem das fábricas", acrescentou.

O ministro britânico das Finanças, Rishi Sunak, afirmou em um comunicado que "países ao redor do mundo enfrentam uma inflação crescente" e que o índice de abril no Reino Unido procede do custo da energia, impulsionado pelos preços nos mercados mundiais.

"Não podemos proteger a população por completo dos desafios globais, mas estamos proporcionando um apoio significativo onde podemos, e estamos dispostos a fazer mais", completou.

As críticas são cada vez mais intensas no país e várias ONGs denunciam a ação insuficiente do governo na crise do custo de vida, no momento em que milhões de britânicos são obrigados a limitar os gastos com refeições ou calefação.

Na segunda-feira, o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, classificou a situação como "apocalíptica" para os preços dos alimentos e advertiu que a inflação, que deve superar 10% até o fim do ano no Reino Unido, pode ser ainda maior se a Ucrânia não conseguir exportar suas colheitas.

O primeiro-ministro Boris Johnson se recusa, por enquanto, a impor um imposto aos fornecedores de energia para financiar uma ajuda às famílias mais atingidas e aposta na redução do número de funcionários públicos para gerar economias. 

Inflação na zona do euro permanece estável

A inflação na zona do euro permaneceu estável em abril, em 7,4% ao ano, o nível mais alto desde a criação da moeda única europeia, segundo dados consolidados publicados nesta quarta-feira pela agência Eurostat. A previsão projetada inicialmente pela agência era de 7,5%, um pouco acima do índice definitivo. Assim como no Reino Unido, o aumento dos custos da energia e dos alimentos eleva a inflação na zona do euro. 

O cálculo da inflação de base, que exclui os preços voláteis da energia e de produtos alimentícios não processados, ficou em 3,9% no ritmo anual em abril, quase o dobro da meta de 2% fixada pelo Banco Central Europeu (BCE).

Para dar uma ideia da alta do custo de vida nos 19 países da zona do euro, a taxa que exclui cigarros e bebidas alcoólicas também subiu 3,5% em relação a abril de 2021, contra 3% em março, destaca a Eurostat.

Com informações da AFP

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