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Em Paris, Paulo Guedes diz que "não indicou ninguém" para a presidência da Petrobras

Em meio a uma viagem oficial a Paris para uma série de reuniões na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), o ministro da Economia, Paulo Guedes, comentou nesta terça-feira (29) a troca no comando da Petrobras, anunciada na segunda (28). Em uma coletiva de imprensa na embaixada do Brasil, Guedes ressaltou em diversas ocasiões que a companhia "tem a sua própria governança” e ele "não precisa ser consultado” sobre a mudança do CEO da estatal.

Ministro Paulo Guedes concede entrevista coletiva em Paris, ao lado do embaixador do Brasil junto à OCDE, Carlos Cozendey, e o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys. (29/03/2022)
Ministro Paulo Guedes concede entrevista coletiva em Paris, ao lado do embaixador do Brasil junto à OCDE, Carlos Cozendey, e o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys. (29/03/2022) © Lúcia Müzell/ RFI
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"Eu não indiquei ninguém. A única indicação que eu fiz foi aos três meses de governo, ao presidente da República, que me perguntou”, explicou Guedes, a jornalistas brasileiros e estrangeiros.

"Eu indiquei uma pessoa, que já foi substituída. Então, não tenho mais nada para comentar”, afirmou, sobre a saída do general Joaquim Silva e Luna e a indicação de Adriano Pires para o comando da empresa.

Política de preços

Guedes frisou que o governo tem controle da companhia, mas ela é cotada na bolsa e "deve seguir as políticas de preços que queira seguir”. “Não sabemos quanto mais a Petrobras vai subir [os preços]. É uma companhia cotada, é assunto dela”, sublinhou. Paulo Guedes destacou estar "mais preocupado com o problema da guerra na Ucrânia e em como o governo vai atenuar os impactos de preços nos combustíveis".

“Reduzir os impostos federais [sobre os combustíveis] é o primeiro passo. Pensar em reforçar a ajuda para os mais frágeis, se o preços continuarem subindo, deve ser um segundo passo”, adiantou. “Vamos esperar. Se eles continuarem subindo, nós faremos alguma coisa."

O ministro da Economia destacou que, se dependesse dele, privatizaria a Petrobras. "Como liberal e democrata, eu sempre apoiei a privatização. Mas não cabe a mim decidir sobre isso, e sim ao presidente da República, que já prometeu que não privatizaria a Petrobras agora”, observou.

Adesão à OCDE

O ministro esteve dois dias em Paris para reuniões na OCDE, com sede na capital francesa. O objetivo era fazer um balanço sobre o andamento da candidatura do país à organização, depois do convite formal da entidade, feito em janeiro ao Brasil e outros cinco países. Guedes esteve com o secretário-geral da entidade, Mathias Cormann, além de outros diretores de áreas mais específicas como tributária, comercial e ambiental.

O Brasil foi cobrado em relação ao compromisso com a preservação do meio ambiente e o combate ao aquecimento global – um dos principais desafios para a conclusão do processo. O ministro afirma que respondeu que "o Brasil pode ter um papel construtivo e decisivo na agenda climática” e "quer fazer parte da solução do problema de energia na Europa”, aumentando a produção de energias renováveis, como solar e eólica, mas também a exploração de fósseis como petróleo e gás natural.

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, chegou nesta terça em Paris para reforçar a presença do governo nos encontros. Leite foi convidado a participar de reuniões ministeriais da OCDE sobre meio ambiente, nesta quarta e quinta.

Quanto à entrada do Brasil na OCDE, a expectativa é que em junho a organização estabeleça os detalhes que restam para a adesão formal – até o momento, o Brasil já adotou 104 dos 251 instrumentos legais preconizados pelo órgão.

"Todos os protocolos estão em andamento, nós tivemos excelentes reuniões aqui e estamos convergindo com todos os padrões da OCDE. Estamos tentando fazer as reformas justamente nesta direção”, afirmou Guedes.

Questionado sobre o impacto, no processo de adesão, de uma mudança de governo nas próximas eleições, o ministro disse que "haverá um retrocesso importante” ao fazer referência a um eventual retorno do PT ao Planalto. Os governos petistas eram refratários à entrada do Brasil na organização, da qual fazem parte as 38 economias mais desenvolvidas do planeta.

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