Orçamento ultra-austero de Cameron revolta opositores
O Reino Unido apresentou nesta quarta-feira (8) seu primeiro orçamento 100% conservador em quase 20 anos. A proposta do governo de David Cameron visa economizar 37 bilhões de libras em cinco anos, mais de 30% desse valor, em benefícios sociais.
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Apenas 13% do corte de gastos virá da luta contra a sonegação. Diversas prestações serão limitadas, além de benefícios fiscais para famílias numerosas e o auxílio-moradia será limitado aos jovens e idosos. Além disso, a rede pública de comunicação BBC assumirá o custo pela gratuidade da televisão para as pessoas acima de 75 anos.
"Orçamento para quem trabalha"
"Este é um orçamento conservador que só pode ser levado adiante porque o povo britânico confia na gente para concluir o serviço", declarou o ministro das Finanças George Osborne ao anunciar o plano diante do Parlmaneto. Ele se refere ao fato de que, depois das eleições de março, o Partido Conservador tem maioria absoluta e não precisa mais compor com os Democratas Liberais, como aconteceu durante todo o primeiro mandato de David Cameron.
"O pior erro que nosso país poderia cometer seria imaginar que todos os nosso problemas estão resolvidos", continuou. "Basta olhar para a crise na Grécia para perceber que um país que não controla a dívida é controlado por ela".
"É um orçamento para quem trabalha", disse Osborne. Mas os trabalhadores serão menos beneficiados por ele do que as empresas e os bancos, que terão uma importante redução na carga fiscal. A boa notícia para é um aumento do salário mínimo, de 6 libras e 50 por hora, para 9 libras, em 2020. Precisa ver como vai evoluir a inflação até lá...
"Oxi para Osborne"
Os sindicatos classificaram o plano como uma "grande enganação". Harriet Harman, líder interino do Partido Trabalhista, de oposição, acusou o orçamento de "desgraçar as pessoas", não só por cortar auxílios familiares mas programas de acesso para estudantes pobres às universidades.
Deficientes em cadeiras de roda bloquearam a rua diante do gabinete do primeiro-ministro e cerca de 300 pessoas protestaram diante do Parlamento na Westminster. Entre os cartazes que eles exibiam, havia vários que faziam referência ao referendo grego do último domingo. Um deles dizia: "Oxi ("não", em grego) para Osborne"; outro, "A Grécia disse não, nós também".
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