OMC revisa para baixo crescimento do comércio mundial

A OMC (Organização Mundial do Comércio) revisou para baixo nesta quarta-feira (10) as previsões de crescimento do comércio mundial em 2013, e estima um aumento de 3,3% em vez dos 4,5% anunciados em setembro. De acordo com a Organização, o principal motivo é a degradação da crise econômica na Europa.

Diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, em coletiva de imprensa, em Roma, no dia 12/09. OMC reviu para baixo previsões para crescimento econômico em 2013. REUTERS

"O peso da União Europeia no comércio mundial é determinante, e o bloco está em uma fase de profunda reestruturação a longo prazo", explicou o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy durante uma coletiva nesta quarta-feira para apresentar o relatório sobre o comércio mundial em 2012 e as perspectivas para 2013.

Em abril de 2012, a OMC chegou a calcular um crescimento de 5,6% para 2013, mas segundo o diretor da Organização, a queda foi mais significativa do que o esperado. No ano passado, as exportações dos países industrializados, que representam 50% do PIB mundial, aumentaram somente 1%, enquando as dos países em desenvolvimento cresceu 3,3%.

Em 2012, as exportações e as importações de mercadorias na América do Sul, diz o documento, corresponderam a 4% do total mundial, e o volume total de negócios ,foi de U$ 749 bilhões. Neste ano, a OMC aposta que as exportações nos países desenvolvidos aumentarão cerca de 1,5%, quatro vezes menos do que as nações menos desenvolvidas, cuja previsão de crescimento é de 5,3%. Em relação às importações, as previsões são de 1,4% e 5,9% para países em desenvolvimento. No comércio de serviços, o Brasil chega em 29 lugar, logo atrás da Turquia, com uma alta de 0,9%.

O relatório ainda mostra que a China será o país que mais deverá crescer em 2013, mas suas exportações serão afetadas pela demanda da Europa. A queda do desemprego nos Estados Unidos deverá compensar parcialmente a morosidade do comércio mundial. O diretor da OMC também fez um apelo para o reforço do sistema commercial multilateral, o que evitaria que os países caíssem em um ‘’nacionalismo econômico autodestrutivo.’’