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Espanha/crise

Crise espanhola provoca imbróglio diplomático com Paris e Roma

O ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, vem a Paris nesta quarta-feira, onde se encontra com o colega francês Pierre Moscovici, para discutir a crise financeira. A reunião acontece em meio a um imbróglio diplomático. Uma nota do ministério espanhol das Relações Exteriores anunciou que Madri, Roma e Paris pediam a aplicação imediata de acordos da última cúpula europeia.

Os desempregados espanhóis se reuniram em Madri no último domingo.
Os desempregados espanhóis se reuniram em Madri no último domingo. REUTERS/Javier Barbancho
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Roma e Paris reagiram rapidamente, desmentindo o anúncio. “Um absurdo”, declarou Bernard Cazeneuve, ministro francês de Assuntos Europeus. “Não houve nenhuma iniciativa comum com a Itália e França”, garantiu. O governo italiano se disse “espantado” diante de uma decisão sobre a qual não tinha conhecimento.

Em seguida, Madri negou ter tido a intenção de passar a ideia de "uma declaração comum" dos três governos. No entanto, o comunicado da chancelaria espanhola cita Cazeneuve e o colega italiano Moavero Milanese, dizendo que eles teriam pedido, junto com a Espanha, "a adoção" dos acordos obtidos no encontro europeu.

Na cúpula de 28 e 29 de junho, Roma e Madri conseguiram que o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (Fesf) e seu substituto, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), fossem designados para recapitalizar diretamente os bancos com problemas sem aprofundar as dificuldades financeiras dos países envolvidos. O acordo visava tirar os bancos espanhóis do sufoco sem prejudicar ainda mais a delicada situação econômica do Estado.

Apesar do acerto, permanecem dúvidas sobre o lançamento e o funcionamento do MEE, um recurso permanente da zona do euro, já que a Alemanha continua se negando a compartilhar as dívidas dos países-membros do bloco. O mecanismo era para ter sido lançado em julho, mas na melhor das hipóteses se tornará operacional no final de setembro. O atraso ocorre porque a Corte Constitucional alemã deve se pronunciar apenas em 12 de setembro sobre este instrumento, dotado de uma capacidade de empréstimo de 500 bilhões de euros.

Enquanto aguarda, a zona do euro deve permanecer com o fundo de socorro existente, o Fesf, que dispõe de cerca de 200 bilhões de euros. A soma é considerada insuficiente para “salvar” um país como a Itália, afundada em uma dívida colossal, ou para emprestar à Espanha.

Ainda nesta terça-feira, de Guindos tem encontro marcado com o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble.

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