França propõe medidas de combate à crise em reunião do G20
Os ministros de Economia e Finanças do G20 iniciam com um jantar na noite de hoje, em Paris, uma reunião de dois dias para discutir saídas para a crise econômica e preparar a cúpula dos chefes de Estado e de governo no início de novembro. O ministro francês François Baroin deverá defender medidas para tranquilizar seus colegas do G20 sobre a grave crise na zona do euro.
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A presidência francesa do G20 tem várias propostas para apresentar na reunião de cúpula do grupo nos dias 3 e 4 de novembro, em Nice. A França quer transformar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, criado em regime de urgência para socorrer os países em dificuldade, num banco, evitando que as decisões sobre o Fundo tenham de passar pelos parlamentos locais. Eliminando a barganha política, como aconteceu esta semana na Eslováquia, o poder de ação do Fundo seria maior e principalmente mais rápido.
O Banco Central Europeu se opõe à ideia, segundo o jornal Les Echos. A França sugere, então, antecipar para o ano que vem a substituição do Fundo pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, um instrumento permanente de garantia financeira na zona do euro.
O ministro François Baroin insiste que os bancos franceses não necessitam de recapitalização, mas o governo vai colocar fundos públicos à disposição, caso se mostre necessário. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem uma reunião com Baroin no início da tarde e deverá expor sua ideia de que os governos europeus devem ter maior participação na ajuda aos bancos.
O perdão parcial da dívida da Grécia é um tema delicado para os bancos franceses, que já se preparam para registrar perdas bilionárias em seus balanços. O governo francês já aceita essa hipótese, mas não quer ouvir falar de calote.
Outra proposta francesa no G20 é a criação da taxa solidária sobre operações financeiras, para fomentar o desenvolvimento nos países pobres e o combate às mudanças climáticas. Uma discussão antiga que ainda não obteve apoio do Brasil.
Em relação à reforma do sistema monetário mundial, a França defende incluir o Yuan da China na cesta de moedas do FMI. A medida seria um reconhecimento da influência do crescimento econômico chinês e, ainda, um passo concreto para tornar a ordem monetária global mais representativa.
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