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Crise

A recuperação da economia mundial ainda é frágil, alerta relatório

Relatório anual do Banco de Pagamentos Internacionais, considerado o Banco Central dos Bancos Centrais foi publicado nesta segunda-feira na Basiléia, Suíça. O documento alerta para o risco de recaída da economia mundial caso sejam mantidos os planos de socorro adotados pelos governos para minimizar os efeitos da crise mundial que estourou no final de 2008.

O diretor-geral do Banco de Pagamentos Internacionais, Jaime Caruana (à esquerda).
O diretor-geral do Banco de Pagamentos Internacionais, Jaime Caruana (à esquerda). Flickr/International Monetary Fund
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O relatório também alerta para o risco de superaquecimento de algumas economias emergentes e aconselha a adoção de políticas de câmbio mais flexíveis, numa alusão à China, que vem sendo pressionada por manter o câmbio do yuan artificialmente desvalorizado em relação ao dólar.

"É preciso evitar os efeitos colaterais indesejados das prolongadas políticas de estímulo". O alerta é do diretor-geral do Banco de Pagamentos Internacionais, Jaime Caruana. Ele se refere aos programas governamentais de ajuda aos mercados e às empresas aplicados após a crise de 2008, que, segundo ele, criaram uma dependência arriscada e podem gerar dificuldades na regulação do sistema financeiro.

O relatório anual do Banco Central dos Bancos Centrais explica que a recuperação econômica mundial ainda é frágil e irregular, e está sendo puxada principalmente pelas nações emergentes. "O endividamento dos países europeus da zona do euro é um fator preocupante que pode prejudicar esta retomada", afirmou Caruana.

Segundo ele, a redução dos déficits públicos dessas nações da Europa deve ser feita rapidamente para evitar o pior. O diretor-geral defende ainda um maior rigor por parte dos governos europeus na aplicação de medidas de austeridade. "Não podemos esperar a retomada de um crescimento forte da economia mundial para iniciar correções nas políticas fiscais", afirmou.

Ao se referir à cúpula do G20, realizada no último final de semana no Canadá, o diretor-geral do Banco de Pagamentos Internacionais destacou a coragem de chefes de Estado e de Governo dos países industrializados de lançar políticas agressivas para cortar seus déficits orçamentários. "Decisões como essa nunca são fáceis de ser tomadas. Não existe remédio universal, as medidas devem ser adaptadas às circunstâncias de cada país, caso a caso", disse Caruana.

O diretor acrescentou que outros dois pontos são essenciais para fugir de uma nova crise: os bancos centrais não devem demorar em aumentar suas taxas de juros e os sistemas financeiros devem ser reformados.
 

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