Acessar o conteúdo principal

Para jornal francês, reforma tributária brasileira é "ambiciosa", mas simplificará vida das empresas

O jornal francês Les Echos desta terça-feira (19) analisa a votação da reforma tributária no Brasil, "ambiciosa e para simplificar os impostos", diz o correspondente do diário econômico em São Paulo, Thierry Ogier. O texto, aprovado na última sexta-feira (15) por uma maioria esmagadora (365 votos a favor e 118 contra), deve ser promulgado nesta semana. 

Para o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, a reforma tributária é a mais importante deste governo. Foto de arquivo.
Para o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, a reforma tributária é a mais importante deste governo. Foto de arquivo. AP - Andres Kudacki
Publicidade

Com a criação do Imposto Sobre o Valor Adicionado (IVA), Les Echos considera que o Congresso facilitou um sistema até então complexo e difícil de ser gerenciado pelas empresas. A matéria explica que, na prática, tributos que pesam sobre a produção serão substituídos por outros sobre o consumo. 

"Cinco impostos atuais deixarão o lugar a duas taxas sobre o valor adicionado, uma em nível federal e a outra por regiões. Tudo isso durante uma longa transição de dez anos", destaca o diário.

Les Echos salienta que para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, essa é a mais importante das reformas. Embora sua política orçamentária seja criticada pelo PT, o ministro foi elogiado pelo presidente Lula. "De fato, o governo atual obteve sucesso onde todos os precedentes penaram nos últimos 35 anos", reitera a matéria. 

Para o diário, a reforma agrada principalmente os empresários, "que reclamavam há muito tempo sobre a necessidade de recrutar um exército de agente contábeis para estar en conformidade com o fisco". 

Na avaliação do economista Rodolfo Morgato, do banco XP, a mudança no sistema tributário deve melhorar a produtividade e aumentar o PIB de um meio ponto. Em entrevista ao diário, ele se diz "prudentemente otimista" com a reforma que "vai simplificar o trabalho das nossas empresas que operam em todos os Estados do Brasil".

Mas o novo sistema não fará milagres, pondera a matéria. Entrevistado pelo jornal, um especialista explica que nem todos os setores serão beneficiados, como o de serviços, por exemplo, ao contrário do agro e da indústria. 

Além disso, aviões particulares, iates e jet skis, atualmente isentos de certos impostos, deverão pagar tributos", completa o texto. Um "símbolo de justiça social", conclui Les Echos.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.