Telefónica muda de estratégia e vê Brasil como mercado prioritário
O grupo espanhol Telefónica anunciou nesta quarta-feira (27) uma mudança drástica em sua organização, após ter registrado perdas importantes no terceiro trimestre deste ano. A empresa informou que pretende concentrar seus investimentos em alguns mercados prioritários, entre eles o brasileiro.
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Em um comunicado, a gigante das telecomunicações anunciou um novo plano de ação que, segundo a empresa, permitirá a geração de “mais de € 2 bilhões de faturamento suplementar” até 2022. Para isso, a primeira grande decisão tomada foi “dar prioridade para Espanha, Brasil, Alemanha e Reino Unido”, afirmou o presidente do grupo, José María Álvarez-Pallete, durante uma entrevista coletiva.
“O plano da empresa consiste em dedicar o essencial de seus investimentos nesses quatro mercados”, explicou o grupo, que pretende “melhorar a oferta e os serviços oferecidos aos clientes”. A direção argumentou que a Telefónica está presente em 14 países. No entanto, “80% do faturamento vem desses quatro mercados”.
Segundo Álvarez-Pallete, a empresa vem adotando um modelo que “está esgotado e precisamos reinventar”. O plano anunciado prevê uma “separação operacional” dos negócios em língua espanhola da Telefónica na América Latina, o que colocaria o mercado brasileiro no centro das atenções na região.
Corte de 5 mil funcionários
As declarações do executivo respondem a uma fase difícil, com resultados em baixa nos últimos meses. “Nossas operações da América Latina eram, durante anos, um motor de crescimento da empresa”, explica o presidente. No entanto, “as condições particulares desses mercados afetaram a evolução de nossos negócios, diminuindo a contribuição” dos países latino-americanos. Ele cita a forte concorrência, mas principalmente a alta volatilidade das divisas na região.
No terceiro trimestre, a Telefónica sofreu com a depreciação do peso argentino com relação ao euro. A empresa registrou uma perda de € 443 milhões no terceiro trimestre. Um resultado que provocou um plano de demissão voluntário que atingiu 5 mil de seus 25 mil funcionários.
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