Le Monde destaca interesse da China pela soja brasileira
Uma reportagem do jornal Le Monde conta como investidores da China fecharam acordos milionários com produtores de soja brasileiros. O texto explica que o Estado de Goiás vai poder dobrar sua produção do cereal até 2018 graças ao dinheiro dos chineses que, em troca, terão fornecimento garantido do produto por vários anos.
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O correspondente do jornal Le Monde no Brasil relata em reportagem de meia página o interesse dos chineses pela soja brasileira. O jornalista conta como os dois países se tornaram parceiros no setor ao assinar, no mês de abril, um acordo entre a Federação Agrícola do Estado de Goiás e a empresa chinesa paraestatal Sanhe Hopefull.
O vespertino explica que a empresa vai investir cerca de 3 bilhões de euros (quase 7 bilhões de reais) na modenização da agricultura do Estado durante os próximos dez anos. Em troca, ela poderá comprar 6 milhões de toneladas de soja dos produtores locais. Os chineses já são compradores ativos em Goiás, mas com o acordo, eles garantem o fornecimento do cereal à médio prazo, se tornando menos dependentes das variações de preços do mercado e dos gigantes americanos das agroindústria, já que passam a negociar diretamente com os produtores. Já os brasileiros vão beneficiar dos investimentos da Sanhe Hopefull para transformar 3 milhões de hectares de pastos destruídos em plantações de soja, podendo dobrar sua produção nos próximos sete anos, relata o jornal francês.
A reportagem lembra também que os chineses têm interesse em investir na modernização dos produtores locais pois não podem mais comprar grandes propriedades no Brasil. O correspondente do jornal ressalta que uma lei limita em 5 mil hectares o volume de terras agrícolas que podem ser adquiridas por empresas estrangeiras.
Primeiro parceiro comercial do Brasil, a China compra principalmente commodities (minério de ferro, petróleo e soja). Em troca, os brasileiros importam dos chineses apenas produtos industrializados, o que preocupa os especialistas, que alertam para os riscos de um sistema de trocas “neocolonial”, explica Le Monde.
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