Obama promete lutar contra protecionismo na era Trump
Em seu discurso neste domingo (20), no Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), o chefe de Estado americano Barack Obama prometeu continuar lutando contra o protecionismo, em alusão às declarações do presidente eleito Donald Trump.
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Durante sua campanha, o magnata venceu a eleição americana prometendo uma forte guinada protecionista com o objetivo de proteger a indústria e o emprego no país da concorrência de baixo custo de países como a China ou o México.
Uma postura que pode gerar tensões com a China, a segunda economia mundial e deteriorar as relações com aliados tradicionais como o Japão. Em sua campanha, Trump atacou o Acordo de Associação Transpacífico (TPP) assinado ano passado por 12 países da região. O acordo, que exclui a China, só entrará em vigor se for aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos – o que acontecerá dificilmente com Trump na presidência e o Congresso de maioria republicana.
Em sua última reunião bilateral com Barack Obama, o presidente chinês Xi Jinping disse que a relação entre Pequim e Washington estava "em um ponto de inflexão". Em Lima, Xi Jinping disse que a China poderia assumir a liderança das negociações de livre-comércio na região da Ásia-Pacífico, para preencher o vazio deixado pelo provável abandono do TPP por Trump, que atacou o projeto durante toda a sua campanha.
Oposição à globalização
Os líderes da Apec também se comprometeram a "manter os mercados abertos", para não desvalorizar suas moedas "para fins competitivos" e trabalhar ativamente para a criação, a longo prazo, de uma zona de livre-comércio Ásia-Pacífico integrada. Segundo eles, o retorno ao protecionismo apenas reduziria às trocas comerciais e "frearia o progresso de recuperação da economia internacional".
Além disso, Obama afirmou que os líderes da região decidiram prosseguir com os esforços para adotar a Parceria Transpacífica (TPP). "Nossos parceiros deixaram claro que querem ir adiante com o TPP", disse Obama numa coletiva de imprensa.
Os líderes da Apec ressaltaram a necessidade de "uma mais justa distribuição dos benefícios" da globalização entre "todos os estratos da sociedade". Em oito anos de mandato, Barack Obama fez da região Ásia-Pacífico, uma de suas grandes prioridades geoestratégicas e econômicas.
(Com informações da AFP)
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