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EUA/Campanha

Obama diz que Trump não é preparado para ser presidente

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou duramente nesta terça-feira (2) a capacidade do candidato republicano Donald Trump de atuar como chefe de Estado. Obama questionou como líderes republicanos ainda apoiam o bilionário que não para de suscitar polêmicas. 

O casal Obama em recepção na Casa Branca para o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, e sua esposa, Lee Hsien Loong.
O casal Obama em recepção na Casa Branca para o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, e sua esposa, Lee Hsien Loong. REUTERS/Mary F. Calvert
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Falando em coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro de Cingapura, Obama surpreendeu ao fazer uma crítica tão contundente e sem precedentes ao magnata. "Acredito que o candidato republicano é incapaz de atuar como presidente. Eu disse isso na semana passada", reafirmou Obama, referindo-se à Convenção Nacional do Partido Democrata, que nomeou Hillary Clinton como sua candidata oficial. Além de manifestar seu apoio a Hillary, em seu discurso na convenção, Obama descreveu o magnata como um demagogo que ameaça a democracia.

"É preciso haver um momento em que se diz: essa não é uma pessoa que posso apoiar para ser presidente dos Estados Unidos, mesmo que seja um membro de meu partido", declarou Obama. Trump respondeu por comunicado, descrevendo os dois mandatos de Obama como "fracassados".

"Não se trata de uma situação em que acontece uma gafe episódica. É algo diário e semanal e eles estão se distanciando das declarações que ele faz", comentou Obama em alusão ao senador John McCain e ao presidente da Câmara, Paul Ryan. "Já houve presidentes republicanos dos quais eu discordava, mas não tinha dúvidas que poderiam atuar como presidente", declarou ainda.

O momento da coletiva também foi relevante, já que foi antecipada em uma hora para coincidir com um comício de Trump.

Sem conhecimentos básicos sobre temas internacionais

Recordando seus oponentes nas eleições de 2012 e 2008, Obama disse que "Mitt Romney e John McCain estavam errados sobre certas questões políticas, mas nunca pensei que não poderiam fazer o trabalho". "Esse não é o caso agora", alfinetou.

As declarações de Obama foram feitas em meio a um ácido intercâmbio verbal entre Trump e Khizr Khan, um muçulmano pai de um soldado americano morto em combate no Iraque, que disse que o candidato republicano "nunca sacrificou nada". Trump também foi criticado recentemente por aparecer em uma entrevista na TV demonstrando não estar informado sobre a anexação da Crimeia por parte da Rússia em 2014, depois da ocupação da Ucrânia.

"O fato do candidato republicano atacar uma família que fez sacrifícios extraordinários por nossa paz, e o fato de que não parece ter conhecimentos básicos sobre temas críticos na Europa, Oriente Médio e Ásia, significa que, lamentavelmente, não está preparado para fazer este trabalho. Deve chegar o momento em que digam 'chega'", afirmou Obama, em mensagem dirigida aos republicanos.

Nos últimos dias, Trump criticou muçulmanos, bebês, bombeiros e militares, incitando seus apoiadores republicanos a fazer repreensões embaraçosas.

O congressista Richard Hanna deu um passo adiante, ao se tornar o primeiro congressista republicano a afirmar que votará na adversária de Trump, a democrata Hillary Clinton, nas eleições de novembro. "Eu considero Trump profundamente falho em inúmeras formas", escreveu Hanna no editorial de um jornal ao anunciar sua decisão.

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