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Cuba não quer mais depender de um único mercado no futuro, diz ministro em Paris

Enquanto o presidente cubano, Raúl Castro, cumpre os compromissos políticos e culturais de sua visita de Estado à França, do lado econômico seus ministros se encontram com representantes da indústria e do comércio francês. Havana tenta atrair investidores após avanço nas negociações para o fim do embargo americano.

Enquanto Raúl Castro (e) encontrava o premiê francês Manuel Valls (d), seus ministros se reuniam com empresários da França.
Enquanto Raúl Castro (e) encontrava o premiê francês Manuel Valls (d), seus ministros se reuniam com empresários da França. REUTERS/Charles Platiau
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Cultura e política dominam a apertada agenda de Raúl Castro nesta terça-feira (2). O presidente cubano começou o segundo dia de sua visita de Estado à França com uma reunião com a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, que o elogiou pelo "processo de transformação e abertura" de seu país. O líder cubano também almoçou com o presidente do Senado, Gérard Larcher, se encontrou com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e com o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.

Já do lado dos negócios, vice-presidente cubano, Ricardo Cabrisas, e o ministro de Comércio Exterior de Cuba, Rodrigo Malmierca, que acompanham Castro na viagem, reuniram-se com empresários franceses na sede do Medef, a principal organização empresarial da França. Durante o encontro, os representantes de Havana destacaram o compromisso de Cuba de diversificar suas relações comerciais, uma vez que seja levantado o embargo imposto pelos Estados Unidos ao país.

"Posso assegurar-lhes que está muito longe de nossa intenção que (novos) empresários substituam os de outros países que estiveram durante todo este tempo trabalhando conosco com sucesso", declarou Malmierca. "Logicamente, não vamos bloquear os Estados Unidos, que também serão bem-vindos", mas temos "uma forte vocação de diversificação de nossas relações econômicas".

Havana não quer repetir os erros do passado

As declarações do ministro confirmam a vontade de abertura da ilha comunista, que parece não desejar estabelecer relações privilegiadas com um país específico. "Não queremos voltar a depender de um só mercado no futuro", disse o ministro, como foi o caso na história de Cuba com os Estados Unidos, depois da independência, e com a URSS, depois da revolução. "Queremos separar o Estado da direção empresarial", afirmou Malmierca, destacando que os empresário cubanos "devem reagir agora sem esperar orientações do governo".

"Cuba orienta-se na direção de um modelo chinês, com uma economia mais aberta e um sistema político sob controle", analisa Jacques Kourliandsky, especialista na América Latina do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS) de Paris.

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