ONU vai supervisionar fim do conflito entre Farc e Colômbia

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) supervisionará o fim do conflito entre o governo colombiano e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a pedido das duas partes. Essa supervisão será detalhada em uma resolução que será apresentada aos membros do Conselho.

Acordo de paz assinado na Havana pode pôr fim a 60 anos de conflito. REUTERS/Stringer

O conflito armado está chegando ao fim, e por isso a ONU foi solicitada para administrar o processo de transição. A tarefa dessa missão de observação será verificar o cessar-fogo bilateral e o fim das guerrilhas, depois da assinatura do acordo de paz – que acontecerá dentro de poucas semanas, após três anos de negociações.

O pedido de intervenção da ONU, anunciado nesta terça-feira (19), demonstra a vontade política do governo e das Farcs de colocarem um fim definitivo ao conflito, declarou ao jornal Le Monde Humberto de la Calle, que dirige as negociações para o governo.

De acordo com diplomatas, o Reino Unido apresentou aos quatro membros permanentes do Conselho (França, Rússia, China e Estados Unidos) um primeiro projeto de texto, que poderá ser aprovado na semana que vem. Outra resolução, sobre o envio de observadores, deverá ser elaborada em seguida. Eles serão designados pelos países membros da Celac (a Comunidade dos Estados latino-americanos e caribenhos).

Brasil não poderá participar da missão

Segundo o presidente Juan Manuel Santos, os países vizinhos da Colômbia, entre eles o Brasil, não poderão participar da missão. O chefe de Estado colombiano enviou uma carta à ONU acompanhada de um comunicado das Farc, assinado em Havana, onde ocorrem as negociações. O texto estabelece que os observadores deverão ficar no mínimo 12 meses na Colômbia.

Em um comunicado o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, se disse satisfeito com a iniciativa do governo e da ex-guerrilha de terem feito um passo importante para acabar com o conflito armado. As Farc e o governo colombiano se enfrentam há mais de 50 anos. O conflito já deixou mais de 220 mil mortos e seis milhões de deslocados.