Palestino indicado ao Oscar é detido em aeroporto americano

O cineasta palestino Emad Burnat, indicado ao Oscar na categoria documentário, foi detido terça-feira à noite ao tentar desembarcar no aeroporto de Los Angeles para assistir à cerimônia que acontece domingo na cidade americana.

Emad Burnat, cineasta palestino que concorre ao Oscar com o documentário "Five Broken Cameras". REUTERS/Mohamad Torokman/Files

O filme de Burnat "Five Broken Cameras" é indicado ao prêmio de melhor documentário na 85ª edição do Oscar. Quando desembarcou nos Estados Unidos na terça-feira, no aeroporto LAX de Los Angeles, o cineasta, sua mulher e o filho do casal de 8 anos ficaram detidos durante uma hora e meia no controle de imigração.

O diretor chegou a apresentar o convite para a cerimônia do Oscar, o que aparentemente não fez diferença nenhuma. Os policiais ameaçavam enviar o cineasta e a família de volta à Palestina. Sem saber o que fazer, Burnat enviou uma mensagem pedindo ajuda ao premiado cineasta Michael Moore ("Tiros em Columbine"). Moore entrou em contato com funcionários da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que consultaram seus advogados. Após 90 minutos, o diretor e a família foram liberados.

Michael Moore não satisfeito com a atitude das autoridades responsáveis criticou em seu twitter: "Os agentes de imigração e alfândega não puderam entender como um palestino poderia ter sido indicado ao Oscar." O cineasta conclui dizendo que Burnat tinha certeza que seria deportado.

Emad Burnat codirigiu o documentário "Five Broken Cameras" com o cineasta israelense Guy Davidi. Ele é o primeiro palestino a ser indicado ao Oscar.