Jornalista francês desaparece na Colômbia em emboscada das FARC

O jornalista francês Roméo Langlois e outras cinco pessoas estão desaparecidas desde sábado na Colômbia, depois de caírem numa emboscada das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) contra uma patrulha militar, no sul do país. O repórter, que trabalha para o canal de TV France 24 e também é correspondente do jornal Le Figaro, acompanhava soldados do Exército colombiano numa operação antidrogas, quando o grupo foi atacado pelos guerrilheiros. 

A emboscada aconteceu no departamento de Caquetá, sábado 28 de abril. Na foro, um campo das FARC no mesmo departamento. Getty Images

O governo colombiano pensava ter enfraquecido definitivamente as FARC, mas a guerrilha marxista da Colômbia conseguiu executar um novo golpe bem-sucedido. O ataque dos guerrilheiros contra o grupo de militares, no departamento de Caquetá, deixou quatro colombianos mortos, quatro feridos e seis desaparecidos, entre eles o repórter francês.

O jornalista Roméo Langlois, 35 anos, mora na Colômbia há dez anos e é considerado um especialista da guerrilha marxista. Desde a última terça-feira, ele filmava a operação antigrogas no sul do país ao lado de militares das forças aeronavais colombianas. Ontem, o francês embarcou num helicóptero da Brigada Móvel Antidrogas n° 1 junto com 27 militares. O objetivo da missão era destruir laboratórios de fabricação de cocaína escondidos pelos traficantes no meio da floresta.

Os militares colombianos teriam avisado Langlois de que iriam aterrissar numa zona "vermelha", frequentada por guerrilheiros. Tudo indica que o helicóptero pousou num campo minado. A patrulha foi imediatamente atacada pelos guerrilheiros do Fronte 15, ativo na região. 

A direção do canal France 24 diz estar preocupada pela falta de notícias do jornalista, mas tem esperança de que ele esteja bem. Langlois é considerado um profissional experiente e profundo conhecedor do modo de funcionamento da guerrilha.

Estudiosos das FARC estimam que apesar dos esforços do governo colombiano para dizimar a guerrilha, e a execução de sucessivos líderes guerrilheiros, o grupo ainda é atuante e conseguiu se rearmar em algumas zonas da floresta.