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Chile/Greve

Greve geral no Chile é marcada por violentos confrontos

Segundo dia de greve geral no Chile e segundo dia de confrontos entre manifestantes e a polícia em várias cidades do país. As 48 horas de paralisação foram convocadas pelos principais sindicatos chilenos que reivindicam uma melhor redistribuição de renda e se somam ao movimento estudantil iniciado há três meses.

Estudantes e operários manifestam durante a greve geral em Santiago do Chile.
Estudantes e operários manifestam durante a greve geral em Santiago do Chile. © AFP/ Martin Bernetti
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João Paulo Charleaux, correspondente da RFI no Chile

O Chile vive há três meses sua mais grave crise política desde o fim da ditadura. Há 20 anos o país não via uma onda de protestos tão grande.

Os protestos tiveram início em junho quando milhares de estudantes ocuparam 700 colégios em todo o país e levaram às ruas mais de 100 mil pessoas numa série de marchas que abalou o governo do presidente Sebastián Piñera, cuja popularidade despencou de 56 para 26% em um ano. Os estudantes pedem principalmente ensino superior gratuito.

Greve geral

Nesta quarta-feira, a Central Única dos Trabalhadores do Chile uniu-se aos protestos. Líderes sindicais convocaram uma greve geral de 48 horas.

A adesão a greve foi relativa, mas o dia foi marcado por violentos confrontos em várias cidades do Chile. Mais de 20 barricadas foram erguidas por manifestantes que lançaram bombas incendiárias contra tropas de choque em Santiago.

A primeira jornada terminou com 350 detidos e 36 feridos numa verdadeira batalha campal com a polícia, nas ruas da capital, Santiago. No auge dos protestos, a Justiça determinou que a polícia protegesse a líder estudantil Camila Vallejo que vinha sofrendo ameaça de morte. A jornada também foi marcada pela suspensão da greve de fome que um grupo de seis estudantes vinha mantendo há 37 dias.

Os confrontos continuaram na última noite e na manhã desta quinta-feira. Segundo dados da polícia, 42 policiais foram feridos, sendo seis a tiro, neste segundo dia de greve. Nas últimas horas, 108 pessoas foram detidas, a maioria em Santiago. As barricadas paralisam a circulação de carros em vários bairros da capital, mas metrôs e ônibus funcionam quase normalmente.

Os prejuízos causados pelas marchas e pela greve já somam mais de 200 milhões de dólares. E a crise chilena ainda parece estar longe de terminar.

01:36

Ouçam o correspondente João Paulo Charleaux

 

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