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Presidente de ONG está desaparecida há mais de 100 horas na Venezuela

A advogada e presidente da ONG Controle Cidadão, Rocío San Miguel, está desaparecida há mais de cem horas. Ela foi detida na noite da última sexta-feira (9), no aeroporto internacional de Maiquetía (localizado em La Guaira, na Venezuela), por agentes venezuelanos da Direção-Geral de Contra-Inteligência Militar (DGCIM) e do Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN).

Rocío San Miguel foi presa em 9 de fevereiro quando estava prestes a embarcar em um voo no aeroporto Simón Bolívar.
Rocío San Miguel foi presa em 9 de fevereiro quando estava prestes a embarcar em um voo no aeroporto Simón Bolívar. © Facebook
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Eliana  de Aragão Jorge, correspondente da RFI na Venezuela

Rocío San Miguel estava prestes a subir em um avião rumo ao exterior em companhia da filha, Miranda Díaz San Miguel. Foi a jovem que avisou a detenção a advogados e familiares. 

Na tarde da segunda-feira (12), Juan González, o advogado de Rocío San Miguel, declarou que a ativista está sob “desaparecimento forçado”. Ele informou ter percorrido diversos centros de detenção na capital venezuelana sem, no entanto, dar com o paradeiro da advogada de 57 anos. 

Juan González informou que cinco familiares de Rocío San Miguel estão também desaparecidos: a filha Miranda, os irmãos Miguel Ángel e Alberto, o ex-marido Victor Díaz, e Alejandro González. O advogado da ativista desaparecida entrou com uma ação de amparo para saber onde Rocío San Miguel está detida e qual tribunal foi designado para o caso.

"Conspiração"

Apenas dois dias após o desaparecimento de Rocío San Miguel, o procurador-geral Tarek Willian Saab informou, através de sua conta na rede social X, a detenção da advogada e presidente da ONG Controle Cidadão. “O Ministério Público informa a prisão da cidadã Rocío del Carmen San Miguel Sosa em virtude de um mandado de prisão contra ela por estar supostamente vinculada e referenciada na trama conspiratória e tentativa de assassinato denominada 'Bracelete Branco', cujo objetivo era atacar a vida do chefe de Estado, Nicolás Maduro, e de outros altos funcionários; bem como o ataque a diversas unidades militares em San Cristóbal [no estado de Táchira] e outras entidades do país”, diz o texto oficial.

Na tarde de segunda-feira, mais de duzentas ONGs e cerca de 400 pessoas assinaram um documento exigindo a “imediata liberação da Defensora de Direitos Humanos Rocío San Miguel”. O abaixo-assinado destaca que “é urgente lembrar que o desaparecimento forçado é um desconhecimento devido à recusa de agentes e autoridades do Estado de informar o paradeiro, (qual) o órgão de segurança responsável, seu estado de saúde física”. 

"Desaparecimentos forçados"

O texto ressalta que “o padrão sistemático de desaparecimentos forçados temporários na Venezuela tem sido documentado por órgãos das Nações Unidas”.

O governo dos Estados Unidos enviou uma mensagem pelas redes sociais denunciando que “a prisão de Rocío San Miguel, presidente da ONG Controle Cidadão, e de seus familiares na Venezuela, segue uma tendência preocupante de prisões aparentemente arbitrárias de atores democráticos. Nos unimos à comunidade internacional no apelo à libertação de todos os presos políticos, ao fim da detenção dos seus familiares inocentes e ao regresso aos compromissos estabelecidos no Acordo de Barbados”, diz a declaração oficial.

Por sua vez, o secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, descreveu San Miguel como uma pessoa “reconhecida e respeitada” e pediu sua "imediata liberação e o fim das perseguições políticas na Venezuela".

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