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Jornalista descreve cenas de terror após passagem do furacão Otis em Acapulco

O balneário de Acapulco, na costa do Pacífico, foi atingido pelo furacão Otis, de categoria 5, na noite desta terça-feira (24), deixando um rastro de destruição. A jornalista Sandra Romandía contou à RFI os momentos de terror que viveu em Acapulco horas depois da catástrofe.

O balneário de Acapulco, no México, nesta quinta-feira (26), após a passagem do furacão Otis.
O balneário de Acapulco, no México, nesta quinta-feira (26), após a passagem do furacão Otis. AP - Felix Marquez
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Segundo as autoridades mexicanas, a passagem do furacão deixou ao menos 27 mortos. A região permanece parcialmente isolada e o aeroporto e a rodovia que ligam a cidade turística à capital continuam fechados.  As companhias aéreas se ofereceram para transportar os turistas a partir do terminal aéreo de Zihuatanejo, localizado a 225 quilômetros.

O Otis também causou estragos nos edifícios da cidade, incluindo a maioria dos hotéis. A jornalista Sandra Romandía participava de uma convenção em um hotel quando o furacão atingiu o balneário, quebrando portas, janelas e lançando objetos no ar. 

Ao deixar o local, ela caminhou com água até o joelho até o centro da cidade, em meio aos escombros e palmeiras derrubadas. A lagoa próxima, com crocodilos, transbordou, e ela admite ter ficado com medo de ser atacada por um dos animais, contou à correspondente da RFI, Emmanuelle Steels.

A avenida principal de Acapulco foi tomada pelo caos, diz. “As imagens eram uma mais chocante do que a outra. Pessoas andando em todas as direções com água até os joelhos, shoppings que desabaram, gente saqueando os supermercados. O desespero era visível em todos os lugares", descreve.

De acordo com Sandra, havia poucos policiais nas ruas de Acapulco na hora do drama. “As pessoas agora dormem onde podem. Não tem luz, a internet cai toda hora e a água potável é restrita.” Punta Diamante, a área mais luxuosa e moderna do balneário e onde há hotéis e prédios residenciais, é uma das mais afetadas, com paredes de vários andares derrubadas.

A ocupação turística em Acapulco, que tem cerca de 20 mil quartos de hotel, estava em 50% no momento da chegada do furacão, segundo as autoridades. O governo estadual de Guerrero informou que 80% dos hotéis sofreram danos e cerca de 40 ônibus foram mobilizados para oferecer transporte gratuito.

'Nada parecido nos último tempos'

O presidente López Obrador reconheceu que o impacto do furacão – o mais poderoso que já atingiu Acapulco – foi surpreendente.  "Não tem nada equivalente no país nos últimos tempos, não só pela forma como ganhou força em tão pouco tempo, mas também pela magnitude do furacão, como entrou com muita força pela baía", disse.

Em cerca de seis horas, Otis passou de uma tempestade tropical para um poderoso furacão de categoria 5, forçando as autoridades a acelerarem a preparação em Acapulco e nas áreas vizinhas, que já sofreram com a passagem de ciclones no passado, como o potente furacão Paulina em 1997, que deixou mais de 200 mortos.

Outros dois furacões atingiram o Pacífico mexicano no mês de outubro: Norma, que deixou três mortos em Sinaloa, no noroeste, e Lidia, com dois mortos em Jalisco e Nayarit, no oeste.

(RFI e AFP)

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