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Argentina: revolta após morte de manifestante pela polícia eleva tensão antes de eleições primárias

A Argentina vive dias de comoção e raiva após a morte de um ativista durante uma manifestação reprimida pela polícia em Buenos Aires. Na sexta-feira (11), apenas dois dias antes das primárias das eleições gerais, milhares de pessoas se reuniram na capital argentina convocadas por organizações de esquerda para exigir justiça.

Buenos Aires: "Justiça para Facundo" gritavam os manifestantes na sexta-feira (11). O ativista de esquerda morreu durante sua prisão pela polícia na quinta-feira (10), em um contexto de tensões sociais e políticas.
Buenos Aires: "Justiça para Facundo" gritavam os manifestantes na sexta-feira (11). O ativista de esquerda morreu durante sua prisão pela polícia na quinta-feira (10), em um contexto de tensões sociais e políticas. REUTERS - AGUSTIN MARCARIAN
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Théo Conscience, correspondente da RFI em Buenos Aires

O clima era de tensão e revolta em torno do monumento do Obelisco no centro de Buenos Aires, mesmo local onde Facundo Morales foi preso antes de morrer na quinta-feira (10). O militante de esquerda do grupo Rebelião Popular (MRP) e ex-integrante das FARC na Colômbia morreu de parada cardíaca após ser detido pela polícia enquanto participava de uma manifestação contra as eleições de domingo (13).

“Ele foi assassinado”, acusa Nilo. Este ex-exilado da ditadura não estava presente no protesto de quinta-feira, mas assistiu o vídeo da detenção de Morales que circula nas redes sociais. “Eles o jogaram no chão e testemunhas viram um policial se ajoelhar em suas costas e outro em seu pescoço. Eles o asfixiaram”, ele descreve.

As autoridades da cidade de Buenos Aires alegam que Morales não foi agredido pela polícia, e que sua parada cardíaca estaria ligada a fatores de risco pré-existentes.

“Manifestação é um direito constitucional”, afirma enfática Dina Sanchez, membro da Frente Popular Dario Santillan, que insiste que a repressão não tem lugar no tenso clima social de uma Argentina em crise.

“Há muitas manifestações, as pessoas vão às ruas porque há muito descontentamento, mal-estar. E a resposta da polícia, que deveria proteger a população, não pode ser a repressão”, ela completa.

A militante de esquerda acredita que a ordem para reprimir a manifestação foi dada pelo chefe de Governo da cidade de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, que também é candidato nas primárias da eleição presidencial.

Primárias

Os argentinos vão às urnas neste domingo para escolher os partidos e os líderes que concorrerão às eleições gerais de 22 de outubro. O ex-presidente Alberto Fernández (peronista e de centro-esquerda) não é candidato à reeleição.

No campo da coalizão governista, o ministro da Economia, Sergio Massa, é quase certo como o candidato presidencial.

Mas, na oposição de direita, um duelo ainda sem favorito será disputado entre o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, e a candidata mais à direita Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança na presidência de Mauricio Macri (2015-2019).

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