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El Salvador declara guerra a gangues; segunda maior cidade do país está sitiada

A cidade de Soyapango, a segunda maior de El Salvador, está totalmente cercada por mais de 10 mil policiais desde sexta-feira (2). O presidente Nayib Bukele deu ordem para capturar os líderes das gangues que ainda se escondem no que até agora foi um de seus últimos redutos.

El Salvador, 3 de dezembro de 2022: a segunda maior cidade do país, Soyapango, sob controle do exército como parte de uma operação anti-gangues lançada pelo presidente Bukele.
El Salvador, 3 de dezembro de 2022: a segunda maior cidade do país, Soyapango, sob controle do exército como parte de uma operação anti-gangues lançada pelo presidente Bukele. AP - Salvador Melendez
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Por Eric Samson, correspondente da RFI en San Salvador

Nenhum carro, nenhuma moto, nenhum ônibus, nenhum caminhão pode entrar ou sair de Soyapango sem ser revistado pelos 8,5 mil soldados e 1,5 mil policiais destacados nesta cidade de 1 milhão de habitantes, a poucos quilômetros da capital San Salvador.

O presidente Nayib Bukele, que faz da luta contra as gangues uma das forças motrizes de seu governo, confirmou a operação em sua conta no Twitter, indicando que "a partir deste momento, o município de Soyapango está completamente cercado".

Além das tropas que controlam a cidade e seus acessos, as unidades antiterroristas fortemente armadas vão praticamente de porta em porta em busca dos líderes das quadrilhas que há anos reinam implantando um regime de terror no país.

A operação marca o início da quinta fase do Plano de Controle Territorial lançado em março deste ano, na ocasião da declaração de estado de emergência. Na época, a média de assassinatos diários era de 62 pessoas, e essas quadrilhas, conhecidas como “maras” – sendo as duas principais a Mara Salvatrucha (MS-13) e a Barrio 18 – somavam cerca de 70 mil integrantes.

O medo mudou de lado

Hoje o medo parece ter mudado de lado. Cerca de 58 mil supostos membros de gangues foram presos desde o final de março e, com 13 assassinatos, novembro foi considerado o mês mais seguro da história de El Salvador.

Depois dos recentes protestos que reuniram cerca de 200 familiares de detidos, o presidente Bukele enfatizou que a operação é dirigida "contra criminosos, não contra cidadãos honrados", e está destinada a ser repetida em todos os redutos de gangues do país. Mas as organizações de direitos humanos questionam e denunciam essas operações policiais “espetaculares”.

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