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Brasil-África

Estudos no Brasil desenharam futuro de arquiteto moçambicano

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Muitos moçambicanos estão presentes em universidades brasileiras, graças a acordos de cooperação educacional entre Brasil e Moçambique. Quando voltam à terra natal, trazem conhecimentos e vivências adquiridos fora.

A admiração pela obra de Oscar Niemeyer levou Engels Gabriel Mirção a estudar no Brasil, nos anos 1990.
A admiração pela obra de Oscar Niemeyer levou Engels Gabriel Mirção a estudar no Brasil, nos anos 1990. António Cabral
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Fábia Belém, correspondente da RFI em Moçambique

Foi o caso de Engels Gabriel Mirção, que, em 1997, decidiu estudar arquitetura e urbanismo em terras brasileiras. À época, ele tinha 18 anos e era admirador da obra de Oscar Niemeyer

“Eu sabia que a arquitetura moderna fazia parte do currículo das faculdades brasileiras. Essa foi uma das causas pelas quais escolhi o Brasil. Além disso, eu sabia que era um povo mais acolhedor, mais receptivo”, conta Engels.

Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), o moçambicano fez o curso que sempre quis. Depois vieram os trabalhos - projetos de arquitetura e consultoria ambiental. A experiência o ajudou a conhecer um pouco mais do Brasil e se aprofundar sobre a legislação ambiental.

O casamento com uma brasileira e o trabalho em Moçambique

“Nessa época, eu me casei. Depois tive uma filha e comecei com os negócios pelo Brasil”, explica. Quando pensou em voltar para Moçambique, os planos consistiam em aplicar, na terra natal, os conhecimentos em urbanismo, meio ambiente e arquitetura que ele havia adquirido no Brasil.

Em 2013, com uma amiga brasileira e o pai como sócios, abriu uma empresa que atua nas áreas de agricultura e de meio ambiente, em Manica, província da região central de Moçambique. Atualmente, tem 100 hectares plantados de eucalipto, destinado à indústria. Em outros 70 hectares, cultiva milho e soja.

“Com as experiências que tive no Brasil, com as fazendas que conheci, os fazendeiros e o pessoal da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] e da Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural ], aliado às semelhanças de solo, de clima que têm o Brasil e Moçambique, é muito viável aplicar o que se aprende ou o que se faz lá no Brasil”, constata.

Cidadão de dois países

A esposa e a filha do moçambicano continuam a viver no Brasil, para onde ele vai quatro vezes por ano. Depois de quase vinte anos lá e cá, sente-se cidadão de dois países. “Me sinto mesmo moçambicano brasileiro. Quando eu vou pra o Brasil, lá, todo mundo me considera moçambicano, estrangeiro. Mas quando eu estou em Moçambique, onde é a minha terra natal, as pessoas me chamam de brasileiro até hoje”, afirma Engels.
 

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