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Líbia

Egito pede intervenção de uma coalizão internacional na Líbia

O presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, pediu na manhã desta terça-feira (17) que a ONU adote uma resolução para formar uma coalizão internacional de combate ao grupo Estado Islâmico na Líbia. Na véspera, a Força Aérea egípcia atacou posições da organização terrorista no país, em represália às decapitações de 21 cristãos coptas.

Presidente egípcio Al-Sissi durante entrevista à rádio Europe 1, nesta terça-feira.
Presidente egípcio Al-Sissi durante entrevista à rádio Europe 1, nesta terça-feira. Reprodução Youtube
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As execuções dos cidadãos egípcios haviam sido reivindicadas pelo braço líbio do grupo no domingo. Em entrevista à radio francesa Europe 1, al-Sissi afirmou que não desejava intervir do outro lado da fronteira, mas que não teve escolha diante do "crime monstruoso" cometido contra seus conterrâneos.

“Não temos escolha, desde que o povo e o governo líbios estejam de acordo e nos chamem para restabelecer a estabilidade e a segurança”, disse o líder egípcio, ao pedir uma resolução da ONU que autorize a intervenção.

O ataque, de acordo com o Cairo, causou as mortes de 50 jihadistas e abre um novo front na batalha contra os terroristas. Al-Sissi não respondeu se pretende fazer outros ataques à Líbia, mas afirmou que a comunidade internacional deve dar uma resposta.

A União Europeia reunirá autoridades egípcias e americanas nesta semana para pensar uma ação conjunta na Líbia, mas a chefe da diplomacia, Federica Mogherini, descarta a participação militar do bloco. Washington chamou as decapitações de "assassinatos abjetos" e o presidente francês, François Hollande, exprimiu sua preocupação com a extensão das operações dos jihadistas.

Egito se torna novo aliado

Segundo especialistas, os ataques contra o grupo Estado Islâmico na vizinha Líbia tornam o Egito um importante aliado do Ocidente na luta contra o terrorismo e ajudam a eclipsar a implacável repressão que al-Sissi emprega contra seus adversários internos.

Com esta reação rápida ao EI, “a estatura de al-Sissi vai certamente mudar na visão do Ocidente”, estima Moustafa Kamel al-Sayyid, professor de ciências políticas na universidade do Cairo. Após demonstrar uma resistência inicial ao governo de al-Sissi – que destituiu, em julho de 2013, Mohamed Morsi, que havia sido eleito democraticamente –, os países ocidentais parecem ter se forçado a admitir que não poderiam isolar o país árabe mais populoso e mais armado, em tempos de luta contra o grupo Estado Islâmico.

França e Itália estão entre os países que receberam com grande pompa o presidente egípcio, considerado pelas organizações de defesa dos direitos humanos como o chefe de um dos regimes mais repressivos do mundo.

Na segunda-feira, ao fazer para o Egito a primeira venda dos aviões de combate Rafale, a França assumiu claramente este “realpolitik”. O ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian chegou mesmo a dizer que al-Sissi foi “eleito democraticamente”. O líder egípcio foi eleito, em maio de 2014, após ter eliminado da cena política qualquer tipo de oposição, seja islâmica, laica ou liberal.

 

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