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Egito/Crise política

Mais de 450 presos da Irmandade Muçulmana iniciam greve de fome

A Irmandade Muçulmana anunciou nesta segunda-feira, 23 de dezembro de 2013, que mais de 450 de seus integrantes presos no Egito começaram uma greve de fome para denunciar sua detenção. Eles são partidários do presidente islâmico Mohamed Mursi, deposto pelo exército no início de julho.

Manifestantes da Irmandade Muçulmana, pró-Mursi, durante violentos embates com a polícia egípcia, no Cairo, em foto do dia 20 de dezembro de 2013.
Manifestantes da Irmandade Muçulmana, pró-Mursi, durante violentos embates com a polícia egípcia, no Cairo, em foto do dia 20 de dezembro de 2013. REUTERS/Stringer
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"Mais de 450 integrantes da Irmandade Muçulmana que são presos políticos e próximos de Mohamed Mursi iniciaram uma greve de fome para denunciar o tratamento desumano [que eles sofrem] na prisão", anunciou a confraria por meio de sua conta no Twitter.

As novas autoridades controladas pelo exército lançaram logo após a destituição de Mursi no dia 3 de julho uma campanha de repressão que deixou até agora mais de mil mortos e levou à prisão de milhares de pessoas.

Assim como Mursi, quase toda a direção da confraria fundada há 85 anos se encontra atualmente atrás das grades e é alvo de processos judiciais, em particular pela morte de manifestantes contrários ao presidente deposto.

"Muitos integrantes da Irmandade Muçulmana que são presos políticos foram proibidos de receber visitas familiares, assistência jurídica e cuidados médicos e vivem em celas superlotadas e insalubres", acusa a confraria em sua conta no Twitter.

Entre os grevistas figuram, segundo a confraria, Khairat al-Chater, um adjunto do guia supremo da Irmandade Muçulmana e poderoso tesoureiro do movimento islâmico, Essam el-Erian, um dirigente da confraria, Ossama Yassine, ex-ministro da Juventude, e vários conselheiros presidenciais de Mursi.

Desaparecimento forçado

No início de dezembro, a organização Human Rights Watch acusou o exército de ser responsável pelo "desaparecimento forçado" de cinco integrantes do círculo de confiança de Mursi, detidos em local secreto desde sua deposição.

Entre eles estava Haddad, que desde então foi transferido para a prisão de Tora no Cairo, onde se encontra também a maioria dos dirigentes da Irmandade Muçulmana, incluindo o Guia supremo Mohamed Badie. Mursi está por sua vez encarcerado em Alexandria, a segunda maior cidade do país, na costa mediterrânea.

O exército depôs no dia 3 de julho o primeiro presidente eleito democraticamento no Egito, depois de manifestações maciças que acusavam o presidente islâmico de não ter conseguido administrar o país e de ter servido somente os interesses da confraria.

Desde então, as acusações se multiplicam contra os integrantes e dirigentes da Irmandade Muçulmana, um movimento extremamente influente e organizado no Egito, que venceu todas as eleições realizadas desde a revolta popular que derrubou Hosni Mubarak do poder em fevereiro de 2011.

Mursi é julgado em três frenets: sua fuga da prisão durante a revolta de 2011, a morte de manifestantes e acusações de "espionagem" em favor de organizações estrangeiras a fim de cometer "atos terroristas".

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