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Egito/Turquia/Diplomacia

Egito e Turquia expulsam embaixadores de suas capitais

O Egito expulsou o embaixador turco do Cairo nesse sábado, 23 de novembro. A medida foi uma resposta às declarações da Turquia, que qualificou de “golpe de Estado” a destituição do presidente egípcio Mohamed Mursi em julho passado. Ancara aplicou reciprocidade, expulsando o embaixador egípcio.

O embaixador turco Huseyin Avni Botsali foi expulso do Cairo em resposta às declarações de Ancara após a destituição do presidente egípcio.
O embaixador turco Huseyin Avni Botsali foi expulso do Cairo em resposta às declarações de Ancara após a destituição do presidente egípcio. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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A expulsão do embaixador turco Huseyin Avni Botsali já está sendo vista como a medida diplomática mais drástica tomada pelo Egito em resposta às várias críticas da comunidade internacional após a queda do ex-presidente Mohamed Mursi, no dia 3 de julho. Ancara contesta a destituição do primeiro chefe de Estado egípcio democraticamente eleito, tirado do poder pelos militares.

Próximo da Irmandade Muçulmana, confraria à qual pertence o Mursi, o primeiro-ministro turco Recep Tayip Erdogan declarou que a destituição do líder egípcio havia sido um “golpe de Estado”. As críticas aumentaram após os confrontos que resultaram em centenas de mortes em agosto, episódio qualificado por Ancara como um  “grave massacre” de manifestantes “pacíficos”. A gota d’água parece ter sido a declaração do chefe do governo turco que disse, na quinta-feira passada, “não ter nenhum respeito pelos que levaram Mursi diante da justiça”, em alusão ao início no dia 4 de novembro do processo contra o ex-chefe de Estado. 

Considerando as declarações como uma “provocação” e uma prova de “ingerência inaceitável nos assuntos internos”, a diplomacia egípcia convocou o embaixador turco no Cairo e o informou que ele era “persona non grata” no país. Simultaneamente, o ministério egípcio das Relações Exteriores informou que vai reduzir sua representação diplomática na Turquia.

Ancara reagiu imediatamente a prometeu aplicar “medidas de reciprocidade”. No entanto, o presidente turco Abdullah Gül tentou apaziguar o clima entre os dois países e disse que a situação é “temporária” e que as relações diplomáticas serão retomadas. Desde a morte de 600 pessoas durante a dispersão de manifestantes em agosto no Cairo, a tensão é palpável entre Turquia e Egito. Os dois países já haviam cancelado operações navais conjuntas em outubro passado.

Outras nações também criticaram a postura egípcia após a queda de Mursi, como o presidente tunisiano Moncef Marzouki, que pediu a libertação do líder egípcio. Já os Estados Unidos, aliados históricos do Egito, emitiram ressalvas, mas evitaram falar de golpe de Estado, o que provocaria o rompimento automático das relações entre Washington e o Cairo. Os norte-americanos decidiram apenas suspender parcialmente a ajuda financeira dada ao Egito. 

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