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Síria/Violência

Rússia e EUA querem “investigação objetiva” sobre uso de armas químicas em massacre

Os governos russo e americano concordaram que é preciso investigar o suposto ataque com armas químicas nos arredores de Damasco e pediram colaboração do regime com a missão da ONU atualmente na Síria. Muitos países demonstram prudência e aguardam provas para acusar diretamente o governo de Bashar Al-Assad.  

Des activistes syriens inspectent des corps de civils tués, selon eux, par des agents chimiques, le 21 août, dans la banlieue de Damas.
Des activistes syriens inspectent des corps de civils tués, selon eux, par des agents chimiques, le 21 août, dans la banlieue de Damas. REUTERS/Bassam Khabieh
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A Rússia, um dos raros aliados do regime de Bashar al-Assad, disse hoje ter pedido ao governo sírio que coopere com os inspetores da ONU que estão em Damasco e autorize uma investigação sobre o suposto ataque químico que teria deixado 1300 mortos, segundo a oposição.

A denúncia é de que as forças do regime teriam usado gazes tóxicos durante bombardeio na manhã de quarta-feira contras as cidades de Goutha e Mouadamiyat al-Cham, nos arredores da capital síria, controladas pelos rebeldes. O número de vítimas ainda não foi divulgado. O Observatório sírio de defesa dos Direitos Humanos contabilizou 170 mortos e não pode confirmar o uso de armas químicas. O governo nega as acusações.

Os chefes da diplomacia russa, Serguei Lavrov, e americana, John Kerry, conversaram por telefone e estão de acordo sobre a necessidade de uma "investigação objetiva" sobre o caso, segundo o ministério russo das Relações Exteriores. Lavrov, no entanto, acusou a oposição síria de impedir uma investigação sobre o ataque.

“Os sinais vindos da oposição que seriam necessários, especialmente mostrar que ela estaria pronta para garantir a segurança e o trabalho dos especialistas da ONU nos territórios controlados pelos ativistas, infelizmente ainda não apareceram”, disse Lavrov em um comunicado. “Isso impede justamente uma investigação objetiva sobre o uso de armas químicas na Síria”,completou.

Os Estados Unidos estão sob pressão de potências ocidentais para agir diante do massacre. Mas nesta quinta-feira o presidente americano, Barack Obama, repetiu que não pode tomar nenhuma atitude antes de ter uma confirmação do uso de armas químicas pelo regime.

O ministério italiano das Relações também disse que é preciso ter provas do uso de armas químicas antes de definir uma reposta. “É preciso confirmar a informação do que realmente aconteceu antes de avaliar uma reação”, afirmou a ministra Emma Bonino.

Crime

O secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, fez nesta-sexta-feira declarações firmes contra o regime sírio. Em visita a Seul, ele preveniu que se for confirmado o uso de armas químicas perto de Damasco na última quarta-feira, isso constituiria um "crime contra a humanidade" que teria "graves consequências".

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, declarou para emissoras de tevê do país que os bombardeios nos arredores de Damasco foram “um ataque químico do regime Assad”.

“Acreditamos que foi um ataque químico do regime de Assad de grandes proporções, mas queremos que as Nações Unidas possam comprová-lo”, declarou o chefe da diplomacia britânica. “A única explicação possível ao que pudemos ver é que se trata de um ataque químico”, insistiu Hague. “Não há outra explicação plausível pela quantidade de vítimas em uma área pequena”.

“Nossa prioridade no momento é de garantir que a missão das Nações Unidas possa ir ao para investigar e esclarecer os fatos”, afirmou . “Se isso não acontecer nos próximos dias - porque o tempo é fundamental neste caso -, as provas vão se deteriorar no decorrer dos próximos dias e então teremos que voltar ao Conselho de Segurança para obter um mandato mais forte e diante do mundo para ter mais força de maneira que a missão tenha acesso ao local dos bombardeios”, disse Hague.

 

 

 

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