EUA tentam solucionar crise entre Tóquio e Pequim
Os Estados Unidos pediram nesta segunda-feira o fim da tensão entre China e Japão em decorrência da disputa pela posse territorial de seis ilhas desabitadas no mar do Leste da China, chamadas de Diayou pelos chineses e de Senkaku pelos japoneses. O anúncio por parte de Tóquio na semana passada de que havia comprado as ilhas de um grupo privado provocou uma onda de protestos violentos na China.
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Janaína Silveira, correspondente da RFI em Pequim
Durante este final de semana houve ataques à embaixada japonesa em Pequim e a diversas fábricas japonesas em cidades como Qingdao e Shenzhen. Algumas empresas, como a Panasonic e a Canon, decidiram suspender as atividades em suas unidades localizadas na China até esta terça-feira.
Os Estados Unidos alertaram para o perigo de uma escalada de violência que poderia levar a uma guerra na região. O secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, está em Tóquio e viaja nesta semana a Pequim.
Na manhã desta segunda-feira, o editorial de um dos principais jornais chineses ameaçava o Japão de sanções econômicas caso a posição de Tóquio em relação à compra das ilhas não seja alterada.
A China é o primeiro parceiro comercial do Japão. Já para o gigante chinês, o Japão fica atrás da União Europeia e dos Estados Unidos em termos de volume de trocas comerciais.
"A economia do Japão não está imunizada contra medidas econômicas chinesas", alertou o jornal Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista chinês.
O pequeno arquipélago é disputado pelos dois países. Além de gás e petróleo, há reservas de pescado na região. Analistas avaliam que os protestos na China nesta última semana e o recrudescimento das disputas entre os dois países é o mais grave desde o restabelecimento das relações diplomáticas entre ambos, em 1972. Uma situação que corre o risco de estragar a festa de comemoração desses 40 anos de boas relações entre China e Japão, no dia 29 de setembro.
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