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Síria/Violência

Regime intensifica bombardeios; EUA e Rússia acirram posições

Os combates entre rebeldes e as forças do regime sírio continuam marcados por uma extrema violência. Dezenas de pessoas morreram hoje em Alepo com a destruição de um conjunto habitacional bombardeado pelo regime. No plano diplomático, as divergências cada vez mais acirradas entre Rússia e Estados Unidos bloqueiam uma solução para o conflito que em 18 meses já matou 27 mil pessoas, a maioria civis.

Corpos de civis mortos em bombardeio do regime contra o bairro residencial de al-Shaar, no sábado, em Alepo.
Corpos de civis mortos em bombardeio do regime contra o bairro residencial de al-Shaar, no sábado, em Alepo. REUTERS/Zain Karam
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Neste domingo, o Exército realizou novos bombardeios em Alepo (norte), atingindo os bairros de Souk al-Hal, Tariq al-Bab e Hanano. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, as explosões destruíram um conjunto habitacional causando a morte de dezenas de pessoas. Militares e rebeldes se enfrentam nas ruas de Soukkari (sul), Sahour, al-Midane e nos arredores da caserna de Hanano.

Os rebeldes informaram neste domingo a morte de um jovem cineasta e jornalista sírio de 34 anos, Tamer al-Awam, que havia deixado a Alemanha, onde morava, para combater o regime ao lado dos insurgentes. Ele morreu vítima de balas das forças governamentais em Alepo, diz um comunicado da oposição, que também presta homenagem "à coragem do jovem diretor de cinema que colocou toda a sua experiência à serviço da rebelião".

As tropas do regime voltaram a bombardear com intensidade a zona urbana de Damasco, especialmente o bairro de Yarmouk, no sul da capital, onde moram refugiados palestinos. Este foi o quarto dia consecutivo de bombardeios à localidade e ao bairro vizinho de Hadjar al-Assouad. Rebeldes estão escondidos nessa região suburbana, e as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, preferem usar primeiro a força aérea para depois enviar a infantaria à caça dos opositores. Militantes dizem que a nova ação coloca os civis em situação de risco.

Cidades de todas as regiões do país são visadas pelo regime. Nesse fim de semana, o conflito, que já dura 18 meses, também ultrapassou as fronteiras. Três foguetes disparados da Síria atingiram uma cidade iraquiana, matando uma garota de cinco anos, de acordo com habitantes e autoridades do país vizinho.

O novo mediador internacional para o conflito, o diplomata argelino Lakhdar Brahimi, anunciou que vai visitar o Irã depois de realizar nova visita à Síria nos próximos dias. Neste domingo, Brahimi era esperado para encontros no Cairo.

Piora a "guerra fria" entre americanos e russos em torno da Síria

As divergências entre Rússia e Estados Unidos bloqueiam uma solução para o conflito na Síria. No encerramento da cúpula da Apec, neste domingo em Vladivostok, na Rússia, a secretária de estado americana, Hillary Clinton, declarou que não faz sentido o Conselho de Segurança da ONU aprovar uma resolução proposta pela Rússia prevendo uma transição política em Damasco, porém sem a saída de Bashar al-Assad.

Clinton alertou que se a Rússia não mudar de posição, os Estados Unidos e seus aliados vão dar apoio à oposição síria até obter a queda de Assad. Diplomatas da União Europeia disseram no sábado que o bloco deve impor novas sanções à Síria nos próximos dias.

A guerra civil na Síria já matou 27.379 pessoas, a grande maioria (70%) civis inocentes ou que pegaram em armas em repúdio à repressão do regime de Damasco, acusado por instâncias internacionais de cometer crimes de guerra e contra a humanidade.

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