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Síria/violência

Bashar Al-Assad controla apenas 30% da Síria, diz ex-premiê

O ex-primeiro ministro da Síria, Riad Hijab, que desertou há uma semana, afirmou nesta quarta-feira que o regime do presidente Bashar al-Assad continua perdendo força militar, econômica e moral. "O regime controla não mais que um terço do território da Síria", afirmou o ex-braço direito do presidente. Nesta quarta-feira, a Organização da Cooperação Islâmica ( OCI ) suspendeu a Síria do grupo. Assim, o país não participará de uma reunião da Organização, prevista para hoje na Arábia Saudita.

O primeiro-ministro sírio, Ryad Hidjab, em foto de arquivo.
O primeiro-ministro sírio, Ryad Hidjab, em foto de arquivo. REUTERS/Khaled al-Hariri/Arquivo
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Riad Hijab, o ex-premiê sírio, deixou Damasco no último dia 5 de agosto, em direção à Amã, capital da Jordânia, onde chegou depois de três dias de viagem, fugindo dos rebeldes e de militares pró-Assad. Segundo ele, a Síria está "cheia de oficiais e chefes militares que estão esperando o bom momento para desertar e se juntar aos rebeldes". Hijab pediu que os militares parem de direcionar os fuzis contra a população síria. "Eu decidi deixar o governo depois de perder completamente a esperança que esse regime corrupto e brutal mude", declarou Riad Hijab.

O ex-primeiro ministro, que foi nomeado por Bashar al-Assad no mês de junho, agradeceu o Catar, a Arábia Saudita e a Turquia pelo apoio fornecido aos rebeldes na luta contra o regime. Ele informou que deixará a Jordânia em direção ao Catar nos próximos dias. Nos últimos 17 meses, a violência na Síria já matou mais de 23 mil pessoas, a maioria delas, civis.

Suspensão da OCI

Os 56 ministros das relações exteriores, além da Autoridade Palestina, membros da Organização da Cooperação Islâmica ( OCI )  decidiram pela suspensão de Damasco, mesmo que a medida tenha somente um caráter simbólico. A intenção é reduzir a influência do Irã como aliado da Síria e isolar o presidente Bashar al-Assad. A suspensão também evidencia a rivalidade cada vez maior entre Arábia Saudita e o Irã, na guerra diplomática que envolve a procura de uma saída do impasse sírio.

Rússia nega enfraquecimento do regime sírio

Moscou desmentiu nesta terça-feira a declaração do vice-ministro russo das relações exteriores, Mikhaïl Bogdanov, na qual ele afirma que o presidente Bashar al-Assad estaria pronto para entregar o cargo. Bogdanov teria concedido uma entrevista à um jornal saudita, por telefone, na qual ele diz que Bashar al-Assad estaria negociando sua saída do poder e que o seu irmão, Maher, teria perdido as pernas no atentado de Damasco, no dia 18 de julho. Três oficiais militares morreram no ataque. Para contrariar as afirmações, o ministério russo declarou que nenhuma entrevista foi concedida por nenhum membro do ministério.

Jornalista raptado

A TV iraniana Al-Alam divulgou nesta terça-feira que um jornalista teria sido sequestrado pelos rebeldes sírios. Utilizando os mesmos termos reproduzidos pelos meios de comunicação estatais da Síria, a TV afirmou que " Ahmad Sattouf foi sequestrado por grupos terroristas quando voltava para sua casa, na cidade de Homs". O Irã é um aliado do regime do presidente Bashar al-Assad. A TV iraniana Al-Alam disse que os rebeldes atacaram o escritório da TV em Homs e roubaram diversos materiais. Quanto ao jornalista sequestrado, o canal não confirmou a sua nacionalidade. Segundo o Observatório sírio dos Direitos Humanos ( OSDH), Ahmad Sattouf é de nacionalidade síria e desapareceu na noite do último domingo.

Os jornalistas são alvo constantes de rebeldes e militares desde o início dos confrontos na Síria. Na última sexta-feira, três jornalistas de uma TV pública da Síria foram capturados quando acompanhavam militares em uma operação na região de Damasco, capital da cidade. Logo após o desaparecimento dos três jornalistas, o chefe da missão de observação da Síria (UNSMIS) condenou a violência contra os jornalistas que trabalham no país.

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