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Síria/Conflito

Deserções do exército sírio enfraquecem regime de Al-Assad

Um dia depois do primeiro-ministro sírio, Ryad Hidjab, e mais três outros ministros terem abandonado o regime para se unirem as forças rebeldes, o governo do presidente Bashar Al-Assad sofre novas baixas. Um general sírio, acompanhado por 12 oficias, deixou o combate e se refugiou na Turquia, de acordo com informações divulgadas nesta terça-feira pela agência de notícias turca Anatolia.  

Soldados do exército livre sírio posam nesta segunda-feira em Idlib.
Soldados do exército livre sírio posam nesta segunda-feira em Idlib. REUTERS/Shaam News Network/Handout
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As deserções se multiplicam, cerca de 20 generais já se retiraram das forças do governo e entraram em território turco, mas alguns retornaram à Síria para combater ao lado dos insurgentes. Mais de 1.300 sírios, que entraram no país vizinho nas últimas 24 horas, elevam para 50 mil o número de refugiados na Turquia, segundo autoridades locais.

Diplomacia

O Líder Supremo do Irã, o Ayatollah Ali Khamenei, enviou um representante à Damasco. Saïd Jalili chegou na manhã desta terça-feira na capital síria, onde encontrou Al-Assad . Ele defende que uma solução para o conflito deve ser encontrada através de meios democráticos e não enviando mais armas e derramando sangue. O Irã, principal aliado regional da Síria, acusa os Estados Unidos, o Catar, a Arábia Saudita e a Turquia de fornecerem armas para os insurgentes.

O ministro iraniano das Relações Internacionais, Ali Akbar Salehi, vai à Turquia nesta terça-feira para encontrar seu homólogo turco Ahmet Davutoglu numa reunião sobre a situação no país vizinho. No programa está também o destino dos 48 iranianos sequestrados pelos rebeldes, neste sábado na Síria.

"Tendo em vista que o Exército Livre Sírio [ELS], que sequestrou esses peregrinos iranianos, é apoiado pela Turquia, a visita do ministro tem como objetivo advertir Ankara e lembrar sua responsabilidade no assunto ", informou um comunicado iraniano. Para o ELS, os iranianos fazem parte do exército de elite do Irã, os Guardiões da Revolução.

Na noite de segunda-feira, os Estados Unidos declararam, através do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Tommy Vietor, que Al-Assad "perdeu o controle sobre a Síria". Em um comunicado, a França, que está na presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, afirmou que a "multiplicação de deserções de responsáveis políticos, militares e de diplomatas é um sinal do enfraquecimento do poder do clã Assad no país".

Aleppo

O centro de Aleppo, segunda maior cidade do país e sua capital econômica, é palco na manhã desta terça-feira de combates violentos entre o exército e os opositores ao regime. As forças governamentais utilizam helicópteros para bombardear outras regiões, especialmente o leste dessa metrópole de 2,5 milhões de habitantes. O governo mobilizou pelo menos 20 mil militares para realizar uma ofensiva considerada crucial em Aleppo, onde o número de opositores armados é estimado entre 6 mil e 8 mil homens. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, na segunda-feira 226 pessoas morreram no país, a maioria civis.

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