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Japão/Fukushima

Naoto Kan reconhece culpa do Japão na catástrofe de Fukushima

Naoto Kan, que dirigia o governo japonês na época do terremoto seguido de tsunami, reconheceu nessa segunda-feira a responsabilidade do Estado na catástrofe de Fukushima. No entanto, o ex-primeiro-ministro defendeu a maneira como administrou a situação, apesar de admitir alguns erros de gestão da crise.

Ex-premiê japonês Naoto Kan durante depoimento sobre catástrofe de Fukushima, nessa segunda-feira.
Ex-premiê japonês Naoto Kan durante depoimento sobre catástrofe de Fukushima, nessa segunda-feira. REUTERS/Kim Kyung-Hoon
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Naoto Kan, que era o primeiro-ministro japonês à época da catástrofe nuclear de Fukushima, reconheceu nessa segunda-feira a responsabilidade do país na tragédia que devastou o nordeste do Japão em março de 2011. A declaração foi feita durante um depoimento para comissão parlamentar independente de inquérito que investiga o episódio. “Como o acidente aconteceu em uma central que fazia parte de uma política do Estado, a principal responsabilidade é do Estado”, disse o ex-premiê, que reiterou seu pedido de desculpas "por não ter resolvido a crise a tempo".

Apesar de admitir a responsabilidade do Estado no caso, o ex-primeiro-ministro defendeu por duas horas e meia as medidas do governo. Para ele, o erro foi que elas vieram tarde demais. Na época, os pontos mais criticados da estratégia de Kan foram a demora em ativar a ventilação contra explosões de hidrogênio, a inserção de água do mar nos reatores, a decisão da companhia gestora de abandonar a zona de perigo e a recusa à ajuda técnica oferecida pelos Estados Unidos nos primeiro dias após o terremoto.

O ex-premiê explicou que boa parte dessas decisões, principalmente a ordem de retirar moradores que viviam em um raio de 3km do complexo atômico (perímetro que aumentou para 20km com o passar do tempo), foram tomadas a partir do conselho dos peritos. No entanto, segundo ele os especialistas nem sempre estavam de acordo entre si.

Kan, que pediu demissão em agosto passado, também reconsiderou sua posição sobre a importância da energia nuclear. “Eu entendi com a experiência do 11 de março que minha maneira de pensar, minha confiança na exploração do nuclear, não estava correta”, relatou, antes de dizer claramente que o país deve acabar com sua dependência da energia atômica.

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