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Irã/ programa nuclear

Irã oferece mais tempo para visita de inspetores da AIEA

O Irã afirmou hoje estar disposto a prolongar a visita dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ao país, se a missão prevista para durar três dias não for suficiente para esclarecer as dúvidas do órgão da ONU sobre o programa nuclear iraniano. O chanceler iraniano, Ali Akbar Salehi, se disse “muito otimista” sobre os resultados da missão.

Manifestantes aproveitam a visita da AIEA para protestar contra a morte de um dos especialistas nucleares do país, em um atentado a bomba no dia 11 de janeiro.
Manifestantes aproveitam a visita da AIEA para protestar contra a morte de um dos especialistas nucleares do país, em um atentado a bomba no dia 11 de janeiro. REUTERS/Morteza Nikoubazl
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Samy Adghirni, correspondente da Folha de S.Paulo em Teerã, em colaboração especial para a RFI

Os observadores chegaram ao Irã no domingo de manhã e devem ficar no país até a quarta-feira. Eles terão encontros com autoridades do setor nuclear e especula-se que possam visitar a polêmica central de Fordoo, uma nova central de enriquecimento de urânio que fica debaixo de uma montanha na cidade de Qom, a pouco mais de uma hora de carro ao sul de Teerã.

Mas o principal objetivo dessa visita dos peritos da ONU não é inspecionar as centrais atômicas. Os inspetores estão no Irã para cobrar explicações sobre o último relatório da AIEA, divulgado em novembro.
O documento diz que Teerã está cada vez mais perto da capacidade para fabricar uma bomba atômica. O relatório foi um divisor de águas na questão iraniana e levou EUA e União Europeia a adotarem as sanções mais duras impostas até agora ao Irã, cuja economia afunda a cada dia.

O governo iraniano diz que está disposto a esclarecer todo o conteúdo do documento e deixa claro que não teme inspeções, por não ter nada a esconder.

O Irã diz que enriquece urânio apenas para fins energéticos e medicinais e enxerga o relatório como parcial e injusto. Muitos analistas, incluindo ex-inspetores da ONU, concordam que o documento tem falhas.
Primeiro, ele foi feito em parte com informações fornecidas pelos serviços de espionagem de países inimigos do Irã, e essas informações são difíceis de verificar. Segundo, o relatório não traz provas contundentes contra o Irã, apenas suspeitas. Terceiro, muitos acham que o relatório não traz novidade: apenas reitera algo que todos já sabiam: que o Irã não é transparente sobre seu programa nuclear.

Mas as potências ocidentais e muitos analistas dizem que o documento prova de uma vez por todas que o Irã mente para a ONU e está, sim, buscando a bomba atômica. A tensão não para de aumentar – setores mais conservadores nos EUA e em Israel querem que o Irã seja atacado para impedir que tenha a bomba nuclear.
Para evitar uma guerra, a ONU e o Irã concordam em retomar negociações, mas ninguém está de acordo sobre a agenda das conversas. O Irã diz que não abre mão de seu direito de enriquecer urânio, enquanto a ONU continua exigindo a suspensão da atividade nuclear iraniana.
 

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