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Líbia/ governo

Em meio a protestos, vice-presidente do CNT líbio pede demissão

A demissão do vice-presidente do Conselho Nacional de Transição líbio, Abdul Hafiz Ghoga, ocorrida neste domingo, demonstra o momento de fragilidade política em que o país se encontra. Ghoga deixou o cargo em meio a uma série de protestos contra o governo provisório, instaurado em Benghazi depois da queda do regime do ditador Muammar Kadafi.

Abdul Hafiz Ghoga (em foto de novembro) é acusado de ter sido colaborador do regime de Muammar Kadafi.
Abdul Hafiz Ghoga (em foto de novembro) é acusado de ter sido colaborador do regime de Muammar Kadafi. REUTERS/Ismail Zitouny/Files
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“Infelizmente, o consenso para defender os interesses da nação não existe mais. Uma atmosfera de ódio se instalou”, declarou Ghoga à televisão Al Jazeera, onde anunciou a demissão. Na quinta-feira, ele foi cercado e agredido por manifestantes que exigiam a sua saída, sob a acusação de que era colaborador de Kadafi.
Desde então, os manifestantes reclamam da falta de transparência dos gastos públicos por parte do CNT, especialmente em relação aos fundos líbios que estavam congelados no exterior, e exigem a saída de ex-colaboradores do regime, que continuam ocupando cargos no novo governo. Ontem, eles invadiram e saquearam a sede do governo em Benghazi.

O presidente do governo provisório, Mustafa Abdeljalil, afirmou hoje que a Líbia corre o risco de se afundar em “poço sem fundo” se a contestação da nova autoridade permanecer. “Estamos diante de um movimento político que pode afundar o país em um poço sem fundo. Atrás destas manifestações está algo nefasto para o país”, disse Abdeljalil, que pediu mais tempo para poder “conduzir as reformas” na Líbia. O presidente afirmou ter conversado com líderes religiosos e dos manifestantes para ouvir suas reivindicações.

Ainda em consequência da pressão das ruas, Abdeljalil adiou o anúncio de uma nova lei eleitoral que vai orientar a eleição de uma assembleia constituinte, em junho. Alguns artigos da lei, como a reserva de 10% dos assentos para as mulheres, serão reavaliados e o texto final deve ser adotado no dia 28. Ao longo desta semana, representantes da sociedade serão ouvidos para a formulação do texto definitivo. A nova análise, diz o CNT, acontece devido à contestação destes artigos exprimida pelos manifestantes.

A comissão eleitoral, formada por 17 membros que supervisionarão o processo, inclui juízes, advogados, militantes dos direitos humanos, representantes dos jovens e das mulheres.
 

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